Cai o número de matrículas no ensino médio
Censo
Escolar 2013 revela que manter e levar aluno para frente do 9º ano ainda é
desafio
Lisandra
Paraguassu/ Colaborou Paulo Saldaña - AE
Alunos do ensino médio. Foto: ACS/MEC. |
O Censo
da Educação Básica, divulgado nesta terça-feira (4/3) pelo Ministério da Educação
(MEC), mostrou que o País ainda não conseguiu avançar na barreira em que se
transformou o ensino médio. Enquanto a queda constante no número de alunos do
fundamental é causada por bons motivos - maior aprovação e um fluxo mais
regular -, esses mesmos estudantes que terminam o 9.º ano não chegam ao ensino
médio e o número de matrículas nessa etapa caiu.
No ano
passado, 8,312 milhões de alunos frequentaram o ensino médio no País. É o menor
número desde 2007 e quase 1% menor do que o registrado em 2012, quando 8,376
milhões de alunos estavam matriculados. Cerca de 1,5 milhão de jovens de 15 a
17 anos deveriam estar no ensino médio, mas estão fora da escola - o que
demonstra a necessidade de expansão das matrículas nessa etapa do ensino.
O
presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep),
Francisco Soares, afirmou que o ensino médio é o gargalo da educação. "O
ensino médio é um problema histórico, mas que está mudando. As taxas de aprovação,
principalmente no primeiro ano, estão em torno de 70%."
Nos
níveis iniciais de educação, o País pode comemorar. Ao mesmo tempo que aumenta
o número de crianças em creches e na pré-escola, caiu a reprovação no ensino
fundamental. Em seis anos, são menos 3 milhões de alunos no fundamental, com
uma evasão de apenas 2,7% em 2012 - a metade da registrada em 2007.
"É
considerada uma queda boa porque temos, de um lado, um movimento demográfico
(menor número de nascimentos), melhor desempenho do aluno e uma menor retenção
no sistema", disse o ministro da Educação, Henrique Paim.
O
movimento desses alunos, no entanto, deveria ter levado a um crescimento de
matrículas no ensino médio, o que não aconteceu. Os dados de evasão e
repetência de 2013 só ficarão prontos no meio deste ano.
Integral. Uma das
boas notícias do censo é o crescimento do número de alunos do ensino
fundamental matriculados em escolas de tempo integral - com mínimo de sete
horas. Desde 2010, o aumento foi de 139%, chegando a 3,1 milhões de alunos. O
número ainda representa apenas 10,9% dos estudantes do ensino fundamental.
Paim
garante que a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), de atender 25% dos
alunos na modalidade, é factível.
Apesar do
avanço, os índices de cada Estado são diferentes. Em Alagoas, apenas 0,36% das
matrículas do ensino fundamental é de tempo integral - contra 26% de Tocantins.
"O tempo integral é fundamental na nossa priorização dos recursos",
disse a secretária estadual de Educação de Tocantins, Adriana Aguiar.
No Estado
de São Paulo, o ensino integral atende 115 mil alunos. Na Escola Estadual
Alexandre Von Humboldt, zona oeste da capital, o ensino articula o currículo
tradicional, disciplinas eletivas e grupos de estudos temáticos. "É
cansativo, mas é prazeroso. Sinto que estamos aprendendo algo útil", diz a
aluna Mylena Souza, de 16 anos.
Contando
as redes particular e pública, São Paulo tem o maior número de alunos em tempo
integral. No entanto, como concentra o maior número de alunos, os 339 mil
estudantes representam 6,02%, a segunda pior marca do País, abaixo da média
nacional.
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