Mercedes dá férias
coletivas em MG
Montadora paralisa a
fabricação de caminhões na unidade de Juiz de Fora; Scania e Ford também
adotaram medidas para reduzir produção
Fábrica da Mercedes-Benz, em Juiz de Fora (MG). Foto: Minas Maquinas.
Cleide Silva - O Estado de S.Paulo
Depois de reduzir a semana de trabalho para quatro
dias na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a Mercedes-Benz deu
férias coletivas de 20 dias para os funcionários da unidade de Juiz de Fora
(MG). Com isso, a montadora paralisou toda sua produção de caminhões naquela
unidade
Outras fabricantes, como Scania e Ford
também adotaram recentemente medidas para reduzir a produção de caminhões. As
vendas desses veículos caíram 32,4% neste mês na comparação com o mesmo período
de março de 2013. Até quinta-feira foram vendidas 8.049 unidades. Em relação a
fevereiro a queda é de 1%.
No acumulado do ano, os negócios
apresentam retração de 13,9% ante o mesmo intervalo de 2013, para 29.250
unidades, segundo dados preliminares de registros de licenciamentos.
A Mercedes informou que, desde
segunda-feira, todos os 450 funcionários da linha de produção dos caminhões
Actros e Acello estão em férias coletivas na unidade mineira. O retorno está
previsto para 14 de abril.
No ABC, 2 mil trabalhadores da linha de
montagem de caminhões trabalham quatro dias por semana desde o fim de
fevereiro. Para as linhas de ônibus e motores não há cortes.
A fabricante alega que, além da queda das
vendas no mercado interno, a redução das exportações para a Argentina afetaram
a produção, que teve de ser readequada.
As empresas também afirmam que Programa
de Sustentação dos Investimentos (PSI), do Finame, com financiamento subsidiado
venceu em dezembro e demorou a ser renovado, o que paralisou encomendas.
A Scania deu cinco dias de folga aos
funcionários de São Bernardo em fevereiro e março e dará mais dois dias em
abril, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
No mês passado, a Ford dispensou o
pessoal da fábrica de caminhões por cinco dias, mas já opera normalmente. A
Iveco informou que não adotou ações de corte de produção na fábrica de Sete
Lagoas (MG), assim como a Volvo em Curitiba (PR).
Automóveis. Montadoras de automóveis e comercias
leves também adotaram medidas para reduzir a produção. Em fevereiro, a PSA
Peugeot Citroën suspendeu temporariamente os contratos de trabalho de 650
funcionários da fábrica de Porto Real (RJ) por período de até cinco meses.
A Volkswagen fez o mesmo com 300
funcionários de São José dos Pinhas (PR), divididos em dois grupos de 150
trabalhadores. Eles ficarão afastados por três meses. Em São Bernardo, a
empresa deu licença de dez dias na sequência do feriado do carnaval a 5,2 mil
trabalhadores, mas todos já retornaram.
Neste mês, até quinta-feira, o segmento
de automóveis e comerciais leves registra queda de 23,9% nas vendas ante março
de 2013, mas alta de 7,2% em relação a fevereiro. No trimestre, os negócios
estão 4,6% menores em comparação a 2013.
Somando todos os segmentos, incluindo
ônibus, a retração em relação ao primeiro trimestre de 2013 é de 5% até agora,
para 781,9 mil unidades.
Este mês deve ser o pior março em vendas
desde 2008, segundo executivos do setor. Até quinta-feira foram licenciados
209,9 mil veículos, 24,2% a menos que em março de 2013, mas 6,9% melhor que
fevereiro.
A média diária de vendas, de 13.121
veículos, é 10% menor quer a de um ano atrás (14.580), mas 6,9% acima da média
de fevereiro (12.278 unidades).
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