Procuradoria vai
investigar Petrobrás
Medida
responde a representação encaminhada pelo líder do PSDB na Câmara, Antonio
Imbassahy (BA); MPF terá 30 dias para apurar informações sobre o caso
Petrobrás é alvo de investigação do Ministério Público. Foto: Arquivo. |
Antonio Pita - Agência Estado
As
denúncias de corrupção em contratos da Petrobrás com a holandesa SBM Offshore
serão investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF) do Rio. A procuradoria
determinou a abertura de uma investigação criminal para apurar o pagamento de
propina a funcionários da petroleira, que teriam recebidos cerca de US$ 139
milhões em propinas. Nesta segunda-feira, 17, a presidente da Petrobrás adiou o
prazo de conclusão da auditoria interna que apura o caso.
A
investigação foi aberta atendendo à uma representação encaminhada ao Procurador
Geral da República pelo deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA). O caso
foi direcionado ao Ministério Público do Rio, que estabeleceu um prazo de 30
dias para dar encaminhamento a petições e informações relativas ao caso.
O
procurador Renato Silva de Oliveira, responsável pela investigação, afirmou em
despacho que "não se pode afastar a hipótese de que tenham ocorrido
delitos envolvendo pessoas que, de alguma forma, participaram ativamente de
contratos envolvendo a Petrobrás e a SBM". Oliveira também frisa que a
apuração não consiste em uma "opinião sobre o delito", mas tem
objetivo de "verificar se, em tese, poderia haver a configuração de
crimes".
O MPF irá
apurar tanto os funcionários da estatal quanto a empresa holandesa. Entre os
crimes investigados estão a ocorrência de crimes de corrupção passiva (dos
funcionários) e ativa (da empresa), evasão de divisas, tráfico de influência,
violação de sigilo funcional e concussão, termo referente à exigência de
vantagens indevidas. As penas para os delitos variam de seis meses a 12 anos de
prisão.
Para
justificar a abertura das investigações, o procurador se baseou nas denúncias
feitas por um ex-funcionário da empresa holandesa e publicadas em um site na
internet. De acordo com o relato, uma auditoria interna da empresa, aberta para
apurar as irregularidades, teria identificado o pagamento de propinas entre
2005 e 2011.
O
montante ultrapassaria os US$ 139 milhões. A propina seria repassado por
diversas empresas intermediadoras do contrato, por meio de comissão definida em
aditivos contratuais. Há ainda relatos de uma troca de emails citando
funcionários da Petrobrás negociando contratos sem licitação.
Em
fevereiro, a estatal brasileira anunciou a abertura de uma auditoria interna
para apurar as denúncias. A presidente Graça Foster confirmou nesta segunda que
os auditores da empresa foram à Holanda colher informações sobre o caso.
O prazo
previsto para o término das investigações, de trinta dias, expirou no último
domingo. Segundo Graça, a auditoria "está muito próxima" do término
da apuração. A presidente afirmou, entretanto, que não há um prazo. "Pode
ser fique pronto até o fim do mês. Trabalhamos para que seja", completou.
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