Proposta de destinação de 10% do PIB para educação gera
controvérsias entre Senado e UNE
Encontros e fóruns vêm sendo realizados como preparativos para Conferência Nacional de
Educação (CONAE), que vai se realizar de 19 a 23 de novembro deste ano em Brasília-DF. Foto: Arquivo/Ascom FNE.
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Com informações da Agência Câmara e
Ascom FNE
A destinação de 10% do PIB somente para a
educação pública e a discussão nas escolas sobre gênero, raça e diversidade
sexual mobilizaram manifestantes durante a realização de audiência pública, no
final de fevereiro deste ano, da Comissão Especial que discute o Plano Nacional
de Educação (PNE - PL8035/10), na Câmara.
A proposta, que já havia sido aprovada
pelos deputados em 2012, sofreu alterações no Senado e voltou para análise da
Câmara. Em relação ao PIB, o texto aprovado pelos senadores determina que os
10% sejam aplicados em educação, não necessariamente no ensino público como
defende a União Nacional dos Estudantes (UNE) e estava previsto na versão da
Câmara.
A presidente da UNE, Virgínia Barros,
afirmou que o dinheiro do contribuinte deve servir para uma educação pública de
qualidade. "É por isso que
nós viemos aqui reafirmar nossa defesa de 10% do PIB para o ensino público. O
texto do Senado deixa margem para o crescente processo de mercantilização que a
educação brasileira vem sofrendo", disse.
Já o representante da Associação Nacional
das Universidades Particulares (Anup), Raulino Tramontin, acredita que a
educação privada não deve ser excluída do PNE, porque recursos públicos, do
Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Fies, já estão sendo utilizados
para qualificar milhares de estudantes.
Assim, diz Tramontin: "Não podemos ter uma visão
distorcida, pois não existe educação gratuita. Todos nós pagamos, por meio de
impostos, pelos serviços educacionais que o Brasil oferece",
declarou. "O Estado não
gera dinheiro, quem faz isso é o setor produtivo; o governo apenas arrecada.
Agora vamos discutir como vamos gastar esse dinheiro",
completou.
O relator da proposta, deputado Angelo
Vanhoni (PT-PR), em relação ao repasse do PIB somente para a educação pública,
informou que ainda está conversando com os deputados. O relator reiterou que
vai apresentar seu relatório à comissão especial no dia 11 de março.
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