sábado, 9 de junho de 2012

Rio+20


 
Rio de Janeiro, Brasil: Palco da Conferência da ONU - Rio+20. Divulgação/jun. 2012.
DO RIO*
A Rio+20, conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre desenvolvimento sustentável, contará com a participação de 1.191 voluntários que darão apoio à organização e ajudarão a orientar o público durante o evento. Eles trabalharão quatro horas por dia, divididos em três turnos.

Após passar por treinamento de 20 horas de duração, os jovens tiveram neste sábado uma festa de formatura, realizada no Vivo Rio, no Aterro do Flamengo.
Morador da favela da Rocinha, na zona sul, o estudante do Ensino Médio Luan Paiva, 19, trabalhará pela segunda vez como voluntário. A primeira foi nos Jogos Pan-americanos de 2007, também realizados na cidade.
"É bom para ganhar uma experiência extra de comunicação com o público", diz o jovem, que está no último ano da escola e planeja fazer faculdade de Educação Física.
Já a estudante do curso técnico em eletricidade do Senai Priscila Oliveira, 20, irá estrear como voluntária na Rio+20. Moradora de Jacarepaguá, na zona oeste, ela disse que decidiu participar por conta da importância mundial do evento e da relevância dos temas em discussão na conferência.
"A gente ganha ao aprender mais sobre sustentabilidade e conhecer pessoas de vários lugares", afirma ela, que acha que a experiência pode melhorar as chances de conseguir bons empregos no futuro. "O voluntariado faz diferença no currículo", diz.
O estudante Luiz Guilherme Carvalho, 18, da Barra da Tijuca, também na zona oeste, cita outros dois motivos para trabalhar na conferência: status e dinheiro. Cada voluntário receberá R$ 35 por dia como ajuda de custo para o transporte e a alimentação.
"Não é muita coisa, mas juntando o que sobrar já dá para fazer uma festa legal", diz.
O secretário nacional do Comitê Organizador da Rio+20, ministro Laudemar Aguiar, afirma que aqueles que cumprirem bem suas tarefas serão incluídos em um "cadastro positivo" que será divulgado para os organizadores de outros eventos de grande porte programados para a cidade, como a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016.
Segundo ele, cerca de 15 mil pessoas se inscreveram para participar do programa de voluntariado da Rio+20, das quais dez mil são estudantes universitários.
Para a seleção final, foram considerados a experiência prévia e o domínio de idiomas dos candidatos, bem como critérios de inclusão social - além de moradores de comunidades carentes, foram selecionados 50 voluntários com algum tipo de deficiência.
"É 4% do total de 1.191 voluntários, um número muito baixo se comparado aos 23,9% da população brasileira com algum tipo de deficiência", diz. "Isso mostra o desafio de inclusão social e acessibilidade que o país tem."
Segundo o ministro, a Rio+20 terá várias iniciativas para garantir a participação dessa parcela da população na conferência, como rampas, pisos táteis e tradução para a linguagem de sinais. "A ONU resolveu adotar nosso programa de acessibilidade como modelo para as próximas conferências", afirma. 

*Folha 09/06/2012 - 15h39


O que é a Conferência Rio+20?
DE SÃO PAULO*
A Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, batizada de Rio+20, marca os 20 anos da Eco-92, a cúpula sobre meio ambiente realizada no Rio de Janeiro em 1992. Faz parte do ciclo de conferências ambientais da ONU, que teve início em 1972, em Estocolmo, Suécia.
A Rio+20 reunirá, mais uma vez, chefes de Estado e de governo e entidades da sociedade civil (ONGs, universidades, institutos) para revisitar os principais temas, protocolos, convenções e recomendações que resultaram da Eco-92. Entre eles estão a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; a Agenda 21; e as convenções-quadro sobre Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Combate à Desertificação.
OS TEMAS
Além dessas questões, que voltam a ser debatidas, dois temas centrais foram selecionados para nortear as discussões na Rio + 20. O principal deles é a transição para a chamada economia verde, que propõe a adoção de um novo sistema produtivo, com base na baixa emissão de gases de efeito estufa, na eficiência no uso dos recursos naturais e na inclusão social.
O segundo tema central é a governança global que levará ao desenvolvimento sustentável, ou seja: como os países vão se organizar, em termos de leis, acordos e protocolos, para colocar esse novo modelo socioeconômico em prática.
Outros assuntos que terão espaço na conferência são: energia; alimentação e agricultura; emprego e inclusão; cidades sustentáveis; água; oceanos e desastres naturais.
É esperado dessa reunião, porém, mais do que um balanço da Eco-92. O resultado final deve ser condensado em um documento de cunho político onde todos os países se comprometam a fazer as transformações necessárias rumo à economia verde.
12/04/2012 - 10h34

*Folha 09/06/2012 - 15h39

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