Jamil Chade e Denise Chrispim Marin*
WASHINGTON /
GENEBRA - A Organização das Nações Unidas (ONU) reviu para cima a taxa de crescimento do Brasil para 2012 e
2013, mas alertou que a situação vivida pelo euro é a maior ameaça que
atravessa a economia mundial e que um aprofundamento da crise não poupará os
países emergentes.
Crescimento Econômico. FN Café News/Artes & Imagens - jun. 2012. |
Segundo as novas
projeções, o Brasil teria uma expansão de seu PIB de 3,3% neste ano. A taxa é a
mais baixa entre todos os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do
Sul). Mas está acima do que a ONU projetou em janeiro para a economia
brasileira e que previa expansão de apenas 2,7%.
Segundo a
avaliação da ONU, a recuperação da economia brasileira virá da retomada do
investimento privado, sustentado pelo acesso ao crédito oferecido pelo governo.
Ainda assim, a taxa de crescimento será inferior à média da América do Sul, que
terá expansão de 3,8% no ano.
Para 2013, o
crescimento será ainda mais pronunciado. A projeção inicial era de um
crescimento de 3,8%. Mas a nova estimativa aponta para uma alta de 4,5%.
Segundo a
entidade, o Brasil é um dos poucos casos em que a revisão do PIB foi para cima.
Para a economia
mundial, a revisão foi justamente para baixo, com uma expansão agora projetada
de apenas 2,5% no ano. Para 2013, o crescimento seria de 3,1%.
Para a ONU, a
situação vivida pelo euro é hoje a maior ameaça para a economia mundial.
"Uma escalada poderia gerar uma turbulência severa, levando a uma
contração da atividade econômica nos países desenvolvidos", indicou. Mesmo
se uma crise ainda mais profunda for evitada na Europa, o bloco terá um ano de
estagnação em 2012.
O desemprego
também continuará a aumentar. Salvo em três casos: Brasil, China e Alemanha. O
comércio terá expansão de apenas um terço da taxa de 2010.
Para superar a
crise, a ONU insiste que apenas medidas de austeridade não funcionarão. A
entidade pede o estabelecimento de políticas de crescimento e alerta que
austeridade traz enormes custos econômicos e sociais. "A austeridade
fiscal levou muitos países de volta para a recessão na Europa", alertou.
"Os esforços de lidar com a crise da dívida estão fracassando e gerando
altas taxas de desemprego", completou a ONU.
O Instituto
Internacional de Finanças (IFF) divulgou novas previsões para a economia
brasileira. A expectativa de 3% de crescimento para 2012 foi mantida, mas para
2013 a taxa subiu de 5% para 5,2%. O déficit em conta corrente em 2012 caiu de
2,8% previsto em janeiro para 2,7%. Para 2013, subiu dos 2,6% do PIB previstos
em janeiro para 2,8%.
*Correspondentes do Estado de S. Paulo. Publicado em 07 de junho de 2012 | 22h 34
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