Governo não se entende com
PMDB e reforma ministerial emperra
Com AE
Dilma tem dificuldades na coalizão com o PMDB. Foto: AE. |
Com uma base aliada gigantesca e uma coordenação
política confusa, o governo sofre para concluir a reforma ministerial. Depois
de resolver, sem grandes traumas, as nomeações para Casa Civil, Saúde, Educação
e Secretaria de Comunicação Social, a presidente Dilma Rousseff não acertou a
mão nas conversas com o PMDB, justamente o maior partido de sua base de
sustentação.
Quem andasse ontem por qualquer canto do Congresso
ouviria parlamentares do PMDB se queixando da falta de habilidade do governo no
trato com os aliados. Os pemedebistas da Câmara reclamam que deputados
indicados pelo partido foram vetados pelo Planalto para ocupar as vagas que
serão abertas nos ministérios do Turismo e Agricultura.
Os do Senado protestam contra a não aceitação do
nome do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) para Integração Nacional, depois
Turismo e até para Portos.
Reclamam ainda da proposta feita para que o líder
da bancada no Senado, Eunicio Oliveira (CE), ocupasse a Integração Nacional sem
qualquer consulta aos dirigentes do partido, apenas para impedir que ele se
candidate ao governo do Ceará atrapalhando os planos do grupo do governador do
Estado, Cid Gomes (Pros), que deseja lançar outro nome para sua sucessão.
Na Câmara, a bancada já decidiu que abrirá mão de
indicar qualquer nome para as vagas abertas. Os parlamentares garantem que
seguirão apoiando Dilma, mas é aquela coisa. Cada votação de interesse do
governo passará a ser um drama diário, com os pemedebistas condicionando seus
votos ao humor do dia.
Para o governo, a irritação do PMDB e a conclusão
da reforma acaba se tornando o primeiro teste do ministro da Casa Civil,
Aloizio Mercadante, no papel de articulados político do governo. Até agora, a
avaliação de líderes pemedebistas é que as primeiras movimentações do novo
ministro não ajudaram a produzir algum tipo de acordo. Mas, como se sabe, o
apetite do PMDB é sempre difícil de se satisfazer.
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