Brasil supera México em
mortes de jornalistas, revela ONG francesa
Com RSF/Relatório
Com cinco jornalistas mortos no ano
passado, o Brasil superou o México e se tornou o país com o maior número de
profissionais da imprensa mortos em 2013 na região das Américas, segundo
relatório da ONG Repórteres Sem Fronteiras(RSF), que divulgou nesta
quarta-feira (12), em Paris, seu ranking sobre a liberdade de imprensa no
mundo.
Nos últimos dois anos, o Brasil piorou 12
posições no ranking da ONG baseada em Paris e ocupa agora a posição de número
111. Em uma escala que vai de uma situação considerada boa para a liberdade de
imprensa a uma considerada muito crítica, o Brasil está numa situação
intermediária com problemas sensíveis para a liberdade de imprensa, assim como
a maioria dos 180 países analisados.
Capa do relatório de 2013 da Ong RSF sobre a liberdade de imprensa no mundo. Foto: RSF
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A RSF atribui a piora nas condições de
trabalho para os jornalistas no Brasil ao nível de insegurança altíssimo no
país e ao poder do crime organizado, tanto no tráfico de drogas quanto de
matérias-primas em certas regiões.
A Ong francesa cita o caso do blogueiro Lucio Flavio Pinto, do Pará, que acumula 33 processos na justiça por sua cruzada contra o tráfico ilegal de madeira.
Os países com melhores condições para a
liberdade de imprensa e o exercício da profissão de jornalista são pela ordem:
Finlândia, Holanda e Noruega. Esse países mantiveram as mesmas posições do
último ranking, divulgado em 2013. Os piores do ranking para a liberdade de
informação são Eritreia, Coreia do Norte e Turcomenistão.
Piora global
O ranking sobre liberdade de imprensa
estabelecido pela Repórteres Sem Fronteiras registrou avanços em muitos países
como Equador, Bolívia e África do Sul, e, por outro lado, uma degradação em
países como Estados Unidos, Guatemala e República Centro-Africana.
Mas, globalmente, o índice da Ong que
identifica os entraves para o exercício da liberdade de informação registrou
uma piora e passou de 3.395 pontos a 3.456 pontos, ou seja, um aumento de 1,8%,
que significa uma piora nas condições para a liberdade de imprensa.
“O ranking de certos países, incluindo em
democracias, foi amplamente afetado (em 2013) por uma interpretação muito ampla
e abusiva sobre o conceito de proteção de segurança nacional”, afirmou a ONG em
um comunicado.
Outro problema identificado pela
organização para degradação da situação é o impacto negativo para o exercício
do jornalismo e o direito de informar em situação de conflito armado.
A Sírias, um dos países mais perigosos do mundo para os jornalistas, aparece
em 177° lugar no ranking. Segundo a ONG, entre entre março de 201, início da
revolta contra o regime de Basha Al-Assad, e dezembro de 2013, 130 jornalistas
morreram durante sua missão de informar.
Sobre a América Latina, a Repórteres Sem
Fronteiras traz elogios às reformas das leis sobre comunicação realizadas na
Argentina e no Uruguai. No caso uruguaio, a Lei sobre os Serviços de
Comunicação Audiovisual (LSCA) aprovada em dezembro de 2013 poderia se tornar
uma referência em termos de regulamentação da mídia. A nova lei, lembra a ONG,
prevê uma redistribuição das freqüências para os diferentes tipos de mídia,
privados, públicos e comunitários.
Metodologia
O ranking da liberdade de imprensa da RSF
é baseado em sete critérios: o nível de abusos, a extensão do pluralismo e a
independência da mídia, além do ambiente e da censura, as normas legais,
transparência e as infraestruturas. Pela primeira vez, o relatório sairá também
em uma edição imprensa na França.
Liberdade
de imprensa piora no mundo, diz relatório
Agência ANSA
Foi divulgado nesta quarta-feira (12), o
relatório do grupo Repórteres Sem Fronteiras que mostra piora na liberdade de
imprensa em todo o mundo. Os dados do levantamento mostraram que, durante o
período avaliado, até os países democráticos tiveram cerceamento da liberdade
de imprensa.
Entre os poucos pontos positivos do
relatório está a Itália, que segundo o grupo "finalmente saiu de uma
espiral negativa". Já os Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e o Brasil
apresentaram queda na liberdade da divulgação de notícias. Esse desempenho, no
caso dos EUA está relacionado ao tratamento dado ao ex-analista da NSA Edward
Snowden e a condenação de Bradley Manning (Wikileaks).
A França teve como destaque a punição a
dois portais que divulgaram dados do relacionamento entre Liliane Bettencourt e
Nicolas Sarkozy. Os ingleses foram citados também pela pressão aos jornalistas
do The Guardian na questão da NSA. O Brasil assumiu a posição de pior país das
Américas para o trabalho dos jornalistas - graças ao que o relatório chamou de
"Primavera Brasileira" e a morte de cinco profissionais no ano de
2013.
Os piores países do mundo para o trabalho
da imprensa são Síria (onde 130 jornalistas morreram trabalhando entre março de
2011 e dezembro de 2013), o Turcomenistão, a Coreia do Norte e a Eritreia.
Odailton Jose da Silva, via Facebook: "Terrível!!!"
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