Avaliação positiva do governo Dilma volta a cair após meses
de estabilidade
Segundo levantamento realizado pelo Ibope, parcela dos
brasileiros que consideram gestão federal boa ou ótima passou de 43% em
dezembro para 39% neste mês
Presidente Dilma Rousseff tem queda de quatro pontos na avaliação do Ibope/Estado. Foto: PR/Blog do Planalto. |
Com AE
SÃO PAULO - A taxa de aprovação ao
governo Dilma Rousseff teve neste mês a primeira queda desde as manifestações
de junho do ano passado. Segundo pesquisa Ibope/Estado, a parcela de
brasileiros que considera a administração do País boa ou ótima diminuiu de 43%
para 39% entre o início de dezembro e a metade de fevereiro.
Com esse refluxo, a avaliação positiva do
governo voltou aos níveis observados entre agosto e novembro, quando oscilou
entre 37% e 39%. Antes disso, a taxa havia sofrido um tombo, passando de 55% em
pesquisa Ibope do início de junho para 31% em julho. Entre esses dois
levantamentos ocorreu a massificação dos protestos de rua nas principais
cidades do País.
Na época, João Santana, marqueteiro da
campanha que elegeu Dilma, previu que o governo recuperaria sua popularidade em
quatro meses. A profecia foi desmentida por pesquisa feita em outubro, que
revelou uma avaliação positiva de 38%, 17 pontos porcentuais abaixo da
registrada antes dos protestos.
Além de avaliar o governo como um todo, o
Ibope pesquisou também a opinião dos brasileiros sobre o desempenho pessoal de
Dilma na Presidência. Sua conduta é aprovada por 55% e desaprovada por 41%. Em
dezembro, a taxa de aprovação era de 56% – ou seja, nesse caso, houve apenas
uma oscilação negativa, dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois
pontos porcentuais para mais ou para menos.
Em termos geográficos, a avaliação
positiva do governo apenas oscilou negativamente, também dentro da margem de
erro, nas regiões Nordeste (52% para 51%) e Sul (46% para 44%). A queda mais
significativa, de 13 pontos porcentuais, ocorreu no Norte/Centro Oeste (de 45%
para 32%). No Sudeste, a taxa foi de 38% para 33%.
Na divisão do eleitorado por
escolaridade, a queda na aprovação se concentrou na faixa com curso superior
(de 35% para 26%). No outro extremo, entre os que estudaram até a 4.ª série, a
variação foi de 54% para 50%.
Idade. A pesquisa revela ainda que, quanto mais
jovens os eleitores, mais eles são críticos em relação ao governo. Entre
aqueles com menos de 25 anos, a aprovação à gestão da presidente é de apenas
35%. Entre os que têm 55 anos ou mais, a taxa chega a 45%.
O governo é mais bem avaliado nos
municípios menores. A aprovação é de 52% nas cidades de até 20 mil habitantes e
de 36% nas que abrigam mais de 100 mil moradores. Nas capitais, palco principal
das manifestações do ano passado, apenas 35% veem o governo como ótimo ou bom.
No interior, a taxa sobe para 42%.
Após os protestos de junho, a recuperação
de Dilma foi mais acentuada em cidades do interior do País. A presidente
aumentou o número de viagens e de entrevistas para rádios com alcance local,
como forma de "segurar" esse eleitorado. Outra iniciativa tomada
nesse sentido foi a distribuição de milhares de máquinas retroescavadeiras e
tratores para prefeitos.
Metodologia. O levantamento do Ibope foi feito em 141
municípios. Foram ouvidos 2.002 eleitores. Como a margem de erro é de dois
pontos porcentuais, a aprovação ao governo pode estar entre 37% e 41%. No
levantamento anterior, de dezembro, poderia se situar entre 41% e 45%.
A chance de a taxa ter sido de 41% na
pesquisa anterior e na atual, porém, é de apenas 0,12%, segundo cálculos do
Estadão Dados –, por isso pode-se afirmar com segurança que houve queda na
avaliação positiva.
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