Advogado Márcio Thomaz Bastos, hoje (8/8) julgamento da AP 470 no STF. |
“Tenho certeza que cada um [dos
ministros] há de julgar com muito cuidado. Não temos duplo grau de jurisdição É
um julgamento bala de prata, feito uma vez só”, disse, no início de sua
sustentação oral na tarde desta quarta-feira (8).
Atualmente, José Roberto Salgado presta
consultoria a empresas em Belo Horizonte, mas, na época do mensalão, segundo a
Procuradoria Geral da República, ele aprovou a contratação e a renovação de
empréstimos fraudulentos para o PT e as empresas de Marcos Valério, incluindo a
agência SMP&B.
“Aqui é como se fosse um grande júri, com
integrantes extremamente qualificados”, afirmou. “Estamos julgando seres humanos,
aos quais são imputados delitos de penas altas, num processo difícil de ser
julgado, que tem uma junção artificial de fatos”, acrescentou o ex-ministro.
Também pesa contra Salgado a acusação de
que ele teria transferido ilegalmente dinheiro para o publicitário Duda
Mendonça –responsável pela campanha eleitoral de Lula– no exterior. Salgado
admite, porém, que movimentou recursos que já estavam fora do país. Ele
responde por formação de quadrilha, lavagem ou ocultação de dinheiro, evasão de
divisas e gestão fraudulenta.
Bastos procurou focar sua argumentação na
desqualificação do depoimento da testemunha Carlos Godinho, que era
superintendente do Banco Rural na época do escândalo. Segundo o advogado, nos
autos, ele é a única testemunha que aponta a participação de Salgado nos
empréstimos ilegais ao PT e às empresas do publicitário Marcos Valério.
“A ação [da Procuradoria Geral da
República] se baseou no depoimento de uma única testemunha: Carlos Godinho,
ex-funcionário do Banco Rural, que foi demitido, que era ocupante de um cargo
de terceiro escalão dentro do banco e que acusou para se defender do temor que
tinha em ser responsabilizado [pelos ilícitos]”, disse.
No terceiro dia dedicado às sustentações orais dos advogados dos réus serão ouvidas as defesas de três pessoas ligadas ao chamado núcleo financeiro do suposto esquema --Vinícius Samarane, Ayanna Tenório, além de Salgado. Também serão feitas as defesas do ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha e do ex-ministro de Comunicação Luiz Gushiken.
No terceiro dia dedicado às sustentações orais dos advogados dos réus serão ouvidas as defesas de três pessoas ligadas ao chamado núcleo financeiro do suposto esquema --Vinícius Samarane, Ayanna Tenório, além de Salgado. Também serão feitas as defesas do ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha e do ex-ministro de Comunicação Luiz Gushiken.
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