Programa de concessões de ferrovias e rodovias terá investimento de R$ 133 bilhões
Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de anúncio do Programa de Concessões de Rodovias e Ferrovias no Palácio do Planalto. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR |
BRASÍLIA* – A presidenta Dilma Rousseff
afirmou hoje (15/8) que o programa de concessões de rodovias e ferrovias vai
saldar uma dívida de décadas de atraso em investimentos em logística. O Programa
de Investimentos em Logística prevê a aplicação de R$ 133 bilhões em 9 trechos
de rodovias e em 12 trechos de ferrovias. Os investimentos do programa em
aeroportos e portos serão anunciados em outra etapa. O objetivo do programa é
aumentar a escala dos investimentos públicos e privados em infraestrutura de
transportes.
Cerimônia no Palácio do Planalto sobre Rodovias e Ferrovias. |
“Nós, aqui, não estamos desfazendo de
patrimônio publico para acumular caixa ou reduzir dívida. Nós estamos fazendo
parceria para ampliar a infraestrutura do país, para beneficiar sua população e
seu setor privado, para saldar uma dívida de décadas de atraso em investimentos
em logística”, afirmou.
Em entrevista após a cerimônia de
lançamento do programa de concessões, a presidenta disse ser uma “questão
absolutamente falsa” a afirmação de que o governo estaria privatizando rodovias
e ferrovias. Segundo a presidenta, o programa vai corrigir equívocos cometidos
em privatizações de ferrovias.
“Esta é uma questão absolutamente falsa.
Eu, hoje, estou tentando consertar em ferrovias alguns equívocos cometidos na
privatização das ferrovias. Hoje, eu estou estruturando um modelo no qual nós
vamos ter o direito de passagem de todos quanto precisarem transportar sua
carga. Na verdade, é o resgate da participação do investimento privado em
ferrovias, mas é também o fortalecimento das estruturas de planejamento e de
regulação. Por que o que um operador independente vai fazer? Ele vai
transportar a carga que ele achar necessária. Ninguém que é dono de uma carga
pode controlar uma ferrovia. A ferrovia é de todos os que querem passar carga –
isso é o princípio de quem tem rede”, disse.
Ainda, a presidenta Dilma Rousseff afirmou, durante o lançamento do Programa de Investimentos em Logística: Rodovias
e Ferrovias, que o Brasil finalmente terá uma infraestrutura compatível com o
seu tamanho. O programa prevê investimentos de R$ 133 bilhões para a
modernização e ampliação da malha rodoviária e ferroviária.
“Nós estamos iniciando hoje nessa
solenidade uma etapa da qual o Brasil vai sair mais rico e mais forte, mais
moderno e mais competitivo. Uma etapa que dará à economia brasileira o tamanho
que as necessidades de nossa população exigem. O Brasil terá, finalmente, uma
infraestrutura compatível com o seu tamanho”, afirmou.
Segundo a presidenta, o programa de concessões
tem como objetivo reduzir o custo do transporte e tornar a economia mais
competitiva. Dilma afirmou também que o Programa de Investimentos em Logística,
que se iniciou com concessões de rodovias e ferrovias, futuramente vai abranger
portos, aeroportos e hidrovias.
“O nosso propósito com este programa e os
que anunciaremos na seqüência para aeroportos e para portos é nos unirmos aos
concessionários para obter o melhor que a iniciativa privada pode oferecer em
eficiência, e o melhor que o Estado pode e deve oferecer em planejamento e
gestão de recursos públicos”, disse.
Na cerimônia, Dilma se dirigiu aos
investidores ao afirmar que o Brasil oferece hoje extraordinárias oportunidades
de investimento em um ambiente de estabilidade econômica e institucional.
“As parcerias que estamos propondo em
rodovias, concessões e ferrovias PPP são muito atraentes em termos de
rentabilidade, de risco e de financiamento. Meu governo reconhece as parcerias
com o setor privado como essenciais à continuidade e aceleração do crescimento.
Essas parcerias nos permitirão oferecer bens e serviços públicos mais adequados
e eficientes à população”, afirmou.
O
programa de concessões de rodovias e ferrovias, lançado nesta quarta-feira (15)
pela presidenta Dilma Rousseff, terá investimentos de R$ 133 bilhões para a
modernização e ampliação da malha rodoviária e ferroviária. Segundo o ministro
dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, serão investidos R$ 91 bilhões em 10 mil
km de ferrovias e R$ 42,5 bilhões em 7,5 mil km de rodovias. Nove lotes nos
principais eixos rodoviários do país serão duplicados.
De acordo com o ministro, os
investimentos em rodovias terão que ser executados nos primeiros cinco anos e o
pedágio só poderá ser cobrado quando 10% das obras estiverem concluídas. A
escolha dos concessionários será feita com base na menor tarifa de pedágio
oferecida.
O programa prevê ainda a criação da
Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que terá como função estudar a logística,
antecipar investimentos, estruturar projetos e atrair a iniciativa privada para
trabalhar juntamente com o governo. Segundo o ministro, o programa de
concessões visa restaurar a capacidade de planejamento e integrar os sistemas
de transporte rodoviário e ferroviário para que se articulem com as cadeias
produtivas do país.
Ministro dos
Transportes explica que R$ 42 bi serão destinados a duplicação de 7,5 mil
km de rodovias; em ferrovias, serão R$ 91 bi para construção 10 mil km de
trilhos
Agência Estado*
De R$ 133 bilhões, R$ 79,5 bilhões serão
aplicados em cinco anos e R$ 53 bilhões investidos entre o quinto e o 20º ano.
Para as ferrovias, serão R$ 91 bilhões
para 10 mil quilômetros, sendo R$ 56 bilhões nos próximos cinco anos e o
restante, R$ 35 bilhões, entre o 5º e o 30º ano. Já o investimento em
rodovias será de R$ 42 bilhões para duplicação de 7,5 mil quilômetros.
O ministro afirmou que nove lotes de
rodovias serão concedidos à iniciativa privada. Os trechos são: BR 101, na
Bahia; BR 262, no Espírito Santo e em Minas; BR 153, em Tocantins e Goiás; BR
050, em Goiás e Minas Gerais; BR 163, no Mato Grosso; BR 163/BR 262/BR 267, no
Mato Grosso do Sul; BR 060, no Distrito Federal; BR 153, em Goiás e Minas; BR
262, em Minas; BR 116, em Minas; BR 040, no Distrito Federal e em Goiás e
Minas.
O governo quer a duplicação de toda a BR
116 no trecho que passa pelo Estado de Minas Gerais e também no trecho entre
Juiz de Fora e Brasília da BR 040. Segundo Passos, obras como construção de
contornos, de vias laterais, de travessias terão de ser feitas até o quinto ano
após a assinatura do contrato. "Não será um programa que se dilua em 15,
20 anos", assegurou.
Outros aspecto mencionados pelo ministro
é o de que a seleção do vencedor se dará pela menor tarifa de pedágio sem
cobrança de ágio. Ele disse que não será cobrada tarifa na área urbana e os
concessionários que se responsabilizarem por cada trecho só cobrarão pedágio
quando tiverem pelo menos 10% das obras de concessão de suas áreas construídas.
Corredor
Segundo Passos, o governo vai abrir
um grande corredor de ferrovias e poderá escoar mais de 5 milhões de
toneladas de grãos e minérios. "Vamos fazer uma articulação por meio de
ferrovias modernas entre o Nordeste, o Sul e o Sudeste."
Passos explicou que a Valec, em nome do
governo, comprará a capacidade integral de ferrovias em todo o País e fará uma
oferta pública dessa capacidade, assegurando o direito de passagem dos trens em
todas as malhas, dentro da perspectiva de modicidade tarifária. A Valec, segundo
o ministro, venderá parte dessa capacidade aos usuários que quiserem
transportar cargas, aos operadores independentes e aos concessionários.
Dos 10 mil quilômetros de ferrovias, 2,6
mil já estão mais avançados em termos de informações e estudos disponíveis,
como o Ferroanel São Paulo trechos Norte e Sul, acesso ao Porto de Santos,
Lucas do Rio Verde a Uruaçu, Estrela d'Oeste/Panorama/Maracaju e
Açailândia/Vila do Conde. Os estudos serão concluídos até dezembro. As
audiências públicas serão feitas em janeiro, os editais serão publicados em
março, as licitações serão feitas em abril e os contratos serão assinados entre
maio e julho.
Os demais segmentos, que configuram 7,4
mil quilômetros, são: Uruaçu/Corinto/Campos, Salvador/Recife, Rio de
Janeiro/Campos/Vitória, Belo Horizonte/Salvador, Maracaju/Mafra e São
Paulo/Mafra/Rio Grande. Nesses trechos, os estudos serão concluídos até
fevereiro, as audiências públicas serão feitas em março, os editais serão
publicados em maio, as licitações serão feitas em junho e a assinatura dos
contratos será feita entre julho e setembro.
Nova companhia
Conforme o ministro, ao lado da criação
de uma nova companhia
para gerir o trem bala, a nova etapa de atuação do governo amplia a escala dos
investimentos públicos e privados em infraestrutura. "Falamos em ferrovias
e rodovias, destacando a duplicação dos principais eixos rodoviários do
País", disse. "Se precisamos reforçar nossa condição institucional,
isso se faz a partir de planejamento e logística", acrescentou.
O ministro dos Transportes também
destacou que as licitações em rodovias e ferrovias contarão com "condições
adequadas" de financiamento, de acordo com as necessidades de cada projeto.
Segundo ele, os projetos terão juros de TJLP mais uma taxa de até 1,5% e
carência para início de pagamento de até três anos. A amortização será feita em
até 20 anos, segundo o ministro. "Estes empreendimentos serão
desenvolvidos com grau de alavancagem de 65% e 80%", disse.
150 mil novos empregos
O ministro dos Transportes disse que o
programa de investimentos em infraestrutura vai gerar pelo menos 150 mil novos
empregos. "Trata-se de uma escala de investimentos muito grande realizada
em espaço curto", disse. "Os empreendimentos terão impacto econômico
imediato e muito forte e, além disso, naturalmente esses projetos terão poder
de atração de novos empreendimentos."
*Blog do Planalto e Jornalistas:Célia Froufe, Anne Warth, Eduardo
Rodrigues, Renata Veríssimo e Eduardo Cucolo, publicado em 15 de agosto de 2012
| 10h 36, com Adaptações do FN Café NEWS
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