COPA DO MUNDO - 'US$ x R$': Fifa terá lucro de US$ 4 bilhões sem pagar impostos e governo federal deve ter gastos de R$ 30 bilhões em evento futebolístico

Com isenção de impostos, Fifa terá arrecadação recorde, de R$ 8,8 Bi, com a Copa do Mundo no Brasil

Federação Internacional deixará de pagar quase US$ 500 mil em impostos

Gastos estimados do governo brasileiro devem atingir a R$ 30 Bi, que incluem, dentre outros, despesas com a reforma de estádios e construção de novas arenas futebolística. Foto: Arte  FN Café NEWS.

Com informações da TV Cultura/SP - adaptações de texto FN Café NEWS

Faltando apenas duas semanas para a Copa do Mundo, a Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) vai ter uma arrecadação recorde com a competição futebolística no Brasil, majorando suas estimativas de lucro em US$ 4 bilhões, ou seja, R$ 8,8 bilhões. Parte disso se deve à isenção de impostos junto ao Fisco Federal no País.

Na perspectiva de alguns economistas brasileiros, estima-se que o governo brasileiro já gastou com a Copa do Mundo cerca de R$ 30 bilhões, que foram desembolsados em reformas e construções de estádios de futebol, aeroportos, transportes, rodovias, vias e infraestruturas urbanas. Essas obras de infraestrutura para Copa vêm sofrendo acintosas críticas por grande parte da população e de especialistas, em face de seus constantes atrasos na conclusão e por esses investimentos não priorizarem  áreas estratégicas de desenvolvimento social, como a educação e saúde.

Enquanto enche os cofres, sem pagar impostos ao fisco brasileiro, a Fifa enfrenta denúncias de pagamento de propina na votação da escolha da sede no Catar.

A entidade tem 110 anos e 208 federais nacionais de futebol, um pouco mais do que o número de países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), que chega a 193.

Pelo estatuto, a Fifa não pode ter lucro, mas organizar a Copa, um dos maiores eventos esportivos do planeta, apesar de gerar muitos gastos, rende muito dinheiro.

A Fifa estimava gastar US$ 1,4 bilhão, mas a conta chegou a US$ 2 bilhões. Por outro lado, a entidade fechou centenas de contratos comerciais e 19 cotas de patrocinadores, cerca 13 deles com companhias internacionais, que juntas rendem US$ 2 bilhões. Esse valor, somado aos direitos de transmissão, chegam a US$ 4 bilhões.

Hoje, a entidade máxima do futebol tem mais de R$ 3 bilhões em caixa. A Fifa chegou a esse patamar dobrando os lucros desde 2007, quando anunciou o Brasil como sede da Copa do Mundo deste ano.

A receita da Copa no Brasil é de pelo menos US$ 800 milhões a mais do que a realizada na África do Sul (US$ 3,2 bilhões) e o dobro da Alemanha em 2006 (US$ 2 bilhões).

A Fifa deixará de pagar, segundo o governo federal,  quase US$ 500 mil em impostos por causa de isenções fiscais. Segundo o secretário-geral, Jérôme Valcke, a entidade vai ganhar mais dinheiro nas copas de 2018, na Rússia, e ainda mais no Catar, em 2022.

Com tanto dinheiro em jogo, a entidade vive mergulhada em denúncias. Segundo Jack Warner, presidente da Confederação Centro e Norte-Americana de Futebol, membros do comitê executivo da entidade teriam recebido cerca de US$ 20 milhões para votar no Catar como país sede da Copa de 2022.

Possível sede do Mundial de 2026, os Estados Unidos só oficializarão a candidatura caso a Fifa mude o formato de escolha da sede, com transparência sobre quem votou em qual país.