Após três anos e meio, Congresso aprova o PNE com 10% do PIB
para educação
Plenário da Câmara aprova PNE, que destina 10% do PIB para Educação. Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara |
Com informações da
Agência Câmara de Notícias
Após três anos e meio de tramitação no
Congresso, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (3) o PNE (Plano Nacional da Educação). O texto segue agora
para sanção da presidente Dilma Rousseff.
O plano destina 10% do PIB (Produto
Interno Bruto) para a educação e prevê que gastos com creches conveniadas e
programas como o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e
Prouni (Programa Universidade para Todos) entrem na conta.
O PNE estabelece 20 metas e 253
estratégias para a educação a serem cumpridas nos próximos dez anos (a contar a
partir da sanção presidencial). Entre as diretrizes, estão a erradicação do
analfabetismo, a valorização da carreira docente e o aumento de vagas no ensino
superior, na educação técnica e na pós-graduação. Veja quais são as 20 metas do
PNE.
Na quarta (28), a Câmara já havia
aprovado o texto-base do plano, relatado pelo deputado Angelo
Vanhoni (PT-PR). Hoje foram votados dois destaques, propostas que
poderiam alterar o texto, mas que foram rejeitados. As discussões eram sobre a
complementação da união do CAQ (Custo Aluno Qualidade) e a contabilização em
parcerias e em isenção de impostos como investimento público.
Destaques da votação
Nesta terça, o plenário rejeitou, por 269 votos a
118, o destaque apresentado pelo deputado Paulo Rubens Santiago (PDT-PE). A
proposta previa a retirada do texto-base de programas como o Fies e Prouni na
contabilização dos 10% do PIB.
"O destaque preserva a continuidade desses
programas, mas não os incorpora na meta porque, se assim fizermos, haverá
competição com as outras metas, com o financiamento do ensino público e da
pesquisa acadêmica em universidade pública", disse o deputado.
O texto originalmente aprovado pela Câmara previa
que a parcela do PIB fosse destinada apenas para a educação pública. O plano,
porém, foi alterado no Senado, que acrescentou o ponto que possibilitava a
entrada na conta de recursos destinados a creches conveniadas e programas de
bolsas e financiamento.
O segundo ponto de discussão entre os deputados foi
o destaque apresentado pelo PMDB, que pretendia impedir que a União tivesse de
complementar recursos para Estados, Distrito Federal e municípios se estes não
atingirem o montante necessário ao cumprimento de padrões de qualidade na
educação, conceituados como CAQi (Custo Aluno Qualidade inicial) e CAQ (Custo
Aluno Qualidade).
Após um acordo entre líderes de partidos, o
destaque foi rejeitado e o Governo Federal se compromete a complementar a verba
para Estados e municípios.
Avaliação do PNE
O PNE institui avaliações a cada dois
anos para acompanhamento da implementação das metas. Essa fiscalização será feita
pelo MEC, pelas comissões de Educação da Câmara e do Senado, pelo Conselho
Nacional de Educação e pelo Fórum Nacional de Educação. Os dados serão
publicados nos sites dessas instituições.
O projeto, no entanto, não fixa
penalidades para os gestores que não cumprirem as metas estabelecidas. As
punições serão definidas na proposta da chamada Lei de Responsabilidade
Educacional (PL 7420/06 e apensados) que está sendo analisada na Câmara.
O texto estabelece prazo de um ano, a
partir da vigência da nova lei, para que Estados, Distrito Federal e municípios
elaborem seus planos de educação ou façam as adequações necessárias aos planos
existentes para que eles fiquem de acordo com as metas do PNE. Esses documentos
devem ser elaborados com a ampla participação da sociedade.
Vai e vem
O PNE foi enviado pelo governo
federal ao Congresso em 15 de dezembro de 2010 e só foi aprovado pela Câmara dos Deputados quase dois anos
depois, em outubro de 2012, após ter recebido cerca de três mil emendas.
No Senado, o texto foi aprovado em plenário no dia 17 de dezembro de 2013. Em
seguida, foi encaminhado para a Comissão Especial da Câmara, onde teve o texto-base aprovado em 22 de abril.
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