TRF1 decide manter Ruy Muniz e secretária de
saúde presos
Com G1 Grande Minas
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) decidiu
na tarde desta quarta-feira (4), por quatro votos a um, manter preso o prefeito
de Montes Claros Ruy Muniz (PSB). O pedido de reconsideração da prisão do
prefeito, e também da secretária de saúde, Ana Paula Nascimento, foi votado
pela 2ª Seção do TRF1.
Ruy é mantido preso por decisão do TRF1. Foto: InterTV. |
Segundo o TRF1, “a Corte seguiu o
entendimento do relator, desembargador federal Ney Bello. O único voto
divergente foi proferido pelo desembargador federal Olindo Menezes”.
O advogado Eugênio Pacelli, que defende o
prefeito e a secretária, afirmou que está confiante no Poder Judiciário, e que
irá interpor habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça nos próximos
dias.
Entenda o caso
Ruy Muniz foi preso no dia 18 de abril pela Polícia
Federal na operação “Máscaras da Sanidade II – Sabotadores da Saúde”, um dia
após sua esposa, a deputada federal Raquel Muniz, ter dito na votação do
processo de impeachment que ele era exemplo para o Brasil.
Na investigação, o prefeito de Montes
Claros é suspeito de prejudicar o funcionamento de hospitais públicos da cidade
para favorecer um hospital privado, que é gerido pela sua família.
Ruy está preso no Presídio Regional da
cidade em uma cela com outros presos que também possuem curso superior, segundo
a Secretaria de Estado e Defesa Social (Seds).
A secretária municipal de saúde, Ana Paula
Nascimento, também foi presa na operação da Polícia Federal. Ela foi levada
para o Presídio Alvorada, também em Montes Claros, onde possui apenas seis
celas femininas, ocupadas por cerca de 80 detentas, segundo um agente
penitenciário que não quis se identificar.
Afastamento
O Artigo 68 do da Lei Orgânica do município diz que o
prefeito não poderá ausentar-se do município por período superior a 20 dias,
sem licença da Câmara Municipal, “sob pena de perda do cargo ou do mandato”.
Segundo o advogado Otávio Rocha, que já
foi procurador do município, mesmo o prefeito estando preso no município, ele
não pode exercer as atividades pertinentes ao gestor municipal. “Ele continua
prefeito, mas não exerce esta função de dentro do presídio. Ele não pode
despachar ou assinar nada lá dentro porque é crime. Então, a Câmara de
Vereadores tem o dever de pedir a perda do cargo. Se não fizer este pedido, ela
está sendo omissa em suas obrigações”, explica.
O presidente da Câmara, o vereador Marcos
Nem (PSD), afirmou que o assunto ainda não foi discutido pelo legislativo, pois
o período da prisão ainda é inferior ao prazo de 20 dias. “A expectativa da
própria prefeitura era que ele saísse em até 20 dias. Com esta decisão pela
permanência da prisão, nós nos reuniremos com o jurídico da Câmara nesta
quinta-feira (5) para verificarmos quais os procedimentos legais a serem
tomados”.
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