sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2011: Vazamento ou Informação?...


Clóvis Rossi**
Bom, eis que surgiu nesta quinta-feira, em "El País" o primeiro papel que atiça minhas reticências a respeito do uso dos vazamentos vindos do site WikiLeaks.

Um jornal sério e cuidadoso como o diário espanhol publica uma versão que a embaixada dos Estados Unidos, citada no vazamento, admite não ter como comprovar.

A história em resumo é assim: em abril de 2009, um grupo de elite da polícia boliviana invade um hotel de luxo em Santa Cruz de la Sierra, mata três pessoas e prende outras duas.

A versão oficial: os cinco eram terroristas contratados pelos líderes da Província de Santa Cruz, em conflito com o governo Evo Morales, para preparar uma rebelião armada e matar o presidente.

Versão da embaixada dos EUA, conforme o vazamento: os mercenários foram contratados pelos próprios serviços de inteligência bolivianos para montar uma falsa trama terrorista e justificar a perseguição desatada depois contra os dirigentes de Santa Cruz.

A fonte da embaixada não é identificada e ela própria, diz o jornal, "assegura que não tem forma de comprovar a versão, mas acrescenta que a fonte é uma pessoa bem situada e com uma trajetória confiável".
Trajetória confiável para quem, cara pálida? Para a embaixada, claro. Mas dá para confiar nela se o procurador-geral da Bolívia afirma terem sido decodificados correios eletrônicos de um dos mortos (Eduardo Rozsa Flores, húngaro-boliviano) que supostamente demonstrariam que ele teria contatos com a CIA, a indefectível presença em todas as conspirações, supostas ou reais.

Mas dá para acreditar em autoridades bolivianas, se for correta a versão de armação preparada pelos serviços de inteligência?

Tudo somado, trata-se tão somente de uma guerra de versões sobre um episódio de extrema gravidade, seja qual for a versão correta. A vítima da guerra é o leitor que não tem meios de saber qual das versões é a correta, se é que alguma delas o é.

Não é exatamente o que se espera de um jornal sério. Mas culpar o mensageiro é a maneira mais fácil de escapar pela tangente. Daria para não publicar, ante a avalanche informativa desencadeada pelos vazamentos e a credibilidade que os meios de comunicação em geral atribuíram ao WikiLeaks? Haveria condições de o próprio jornal apurar a fundo qual a verdadeira versão?

Fica claro que, pelo menos nesse caso, turvou-se ainda mais o panorama boliviana, frustrando completamente a transparência que o WikiLeaks diz buscar com seus vazamentos.

De todo modo, Feliz Ano Novo.

* Publicado no Jornal Folha de S. Paulo em 30/12/2010
** Clóvis Rossi é repórter especial e membro do Conselho Editorial da Folha, ganhador dos prêmios Maria Moors Cabot (EUA) e da Fundación por un Nuevo Periodismo Iberoamericano. Assina coluna às quintas e domingos na página 2 da Folha e, aos sábados, no caderno Mundo. É autor, entre outras obras, de "Enviado Especial: 25 Anos ao Redor do Mundo e "O Que é Jornalismo".

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Novo Secretariado em Minas



Governador Antonio Anastasia (PSDB), durante anúncio do novo secretariado em BH. Portal MG
Com o anúncio oficial do novo secretariado, na tarde desta quarta-feira, no Palácio Tiradentes – ‘Cidade Administrativa’, em Belo Horizonte, o governador Antonio Anastasia (PSDB) contemplou o Norte de Minas, com dois deputados estaduais para sua nova equipe nos próximos quatros anos. Assim, os deputados montesclarenses, Gil Pereira (PP) e Carlos Pimenta (PDT), vão assumir respectivamente às Secretarias de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte Minas, quinhão que fica com os progressistas, e de Trabalho e Emprego, na qual é uma fatia dos pedetistas no governo mineiro.

A nova equipe de secretários tem a participação dos partidos da base aliada nas eleições deste ano e alguns nomes estratégicos do primeiro escalão foram mantidos pelo governador, reeleito em outubro. Quatro secretários continuam à frente de suas respectivas pastas.  Danilo de Casto permanece no comando da secretaria do Governo, Jorge Souza Marques segue na Saúde, Leonardo Colombini na Fazenda e Renata Vilhena na pasta de Planejamento e Gestão

Além disso, foram criadas as secretarias de Estado de Trabalho e Emprego e a da Casa Civil e Relações Institucionais, as quais deixaram de existir na atual estrutura governamental, bem como a Secretaria de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas, que deixa de ser “extraordinária” e se eleva ao status de secretaria de governo. Ainda, Anastasia anunciou três pastas extraordinárias: da Regularização Fundiária, Manoel Costa, que respondia pela extinta Secretaria Extraordinária de Reforma Agrária; da Copa do Mundo, Sérgio Barroso, que deixa a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e de Gestão Metropolitana, Alexandre Silveira.

O Partido Socialista terá à frente da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, o deputado Wander Borges (PSB/MG), que foi reeleito, em outubro, para Assembléia Legislativa de Minas Gerais. O deputado estadual Luiz Humberto (PSDB) será o líder do governo na Assembleia.

Veja os Novos Secretários
Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Elmiro Nascimento
Casa Civil e Relações Institucionais - Maria Coeli Simões
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - Nárcio Rodrigues
Cultura - Eliane Parreiras
Defesa Social - Lafayete Andrada
Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte  Minas- Gil Pereira
Desenvolvimento Econômico - Dorothea Werneck
Desenvolvimento Regional e Política Urbana - Bilac Pinto
Desenvolvimento Social - Wander Borges
Educação - Ana Lúcia Gazolla
Esportes e da Juventude - Bráulio Braz
Fazenda - Leonardo Colombini
Governo - Danilo de Castro
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - Adriano Magalhães
Planejamento e Gestão - Renata Vilhena
Saúde - Antônio Jorge Souza Marques
Trabalho e Emprego - Carlos Pimenta
Transportes e Obras Públicas - Carlos Melles
Turismo - Agostinho Patrus Filho

Pastas Extraordinárias
Secretário Extraordinário da Copa do Mundo - Sérgio Barroso
Secretário Extraordinário de Gestão Metropolitana - Alexandre Silveira
Secretário Extraordinário de Regularização Fundiária - Manoel Costa

OutrasNomeações
Cemig - Djalma Morais
Copasa - Ricardo Simões
Codemig - Osvaldo Borges
BDMG - Matheus Cotta Carvalho
Gasmig - Fuad Noman
Servas - Andrea Neves
Secretaria Geral - Gustavo Magalhães
Advocacia Geral do Estado - Marco Antônio Romanelli
Controladoria Geral do Estado - Moacyr Lobato
Gabinete Militar do Governador - Cel. Luiz Carlos Martins
Polícia Militar de Minas Gerais - Cel. Renato Viera de Souza
Polícia Civil - Jairo Léllis
Corpo de Bombeiros - Cel. Sílvio Antonio de Oliveira Melo
Escritório de Prioridades Estratégicas - Tadeu Barreto

sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal: Christmas Day


Manoel Hygino dos Santos*
A marcha inexorável do tempo nos trouxe o Natal e logo nos levará ao novo ano. Não nos atormenta mais a dúvida de Machado - se mudou o Natal ou se mudamos nós. Mudamos ambos, e muito. Envelhecemos? O mundo envelheceu? Em todo caso, novas gerações surgiram e vão surgindo, enquanto instrumentos moderníssimo descobre novos astros, de causar inveja à lua.
Para a poeta, e agora ficcionista Andreia Leal, cada fase da vida tem seu encantamento. Envelhecer, por exemplo, é extremamente encantador, porque inicialmente demonstra que vivemos. E observa: primeiros fios de cabelos brancos, primeiras rugas, primeiros passos trôpegos, experiência acumulada. Segundos e horas são extremamente valorizados, mais apego às pessoas do que aos bens materiais. Indubitavelmente, há beleza nesta fase.
Os que somam mais idade se aprazem em fazer comparações entre o pretérito e o presente quase sempre achando que aquele é melhor do que este, que havia antes mais paz entre os homens de boa vontade. Ao mais jovens pouco importam estas opiniões e as lições sequer são bem assimiladas.
Quando se aproxima o Natal, período mais festivo da cristandade, os cronistas, os publicitários, garimpam a frase lapidar, a mensagem mais apropriada ao evento histórico da importância do nascimento de Jesus, o Cristo, o Messias.
Não se admite que tudo o que poderia ou deveria ser dito já o foi. Se Jesus, Cristo, se renova cotidianamente no coração dos homens, seria não seria crível que estes nada tivessem de novo para reverenciar o que veio e a lição que aqui deixou plantada com seu ensinamento.
As boas palavras, os votos bons, nascem espontaneamente dos corações de bem e do amor. Não se necessita rebuscar no vocabulário palavras especiais, porque especiais são aquelas que expressam o que há no mais profundo de nosso íntimo.
Olhamos em derredor e verificamos como há carências materiais e espirituais. Essencial é que nos disponhamos a dividir o que temos com de quem precisa e confia. O Natal, nascido da inspiração do bebê de Belém - e mais de dois milênios são transcorridos - propõe que sejam os homens iguais em solidariedade ao longo dos 365 dias de cada ano, e que seja um reiterado ato de fé e de estender as mãos, para dar e merecer receber.
Precisamos de confiar no tempo que se vive e no outro que está por chegar, depois que o dezembro de agora se inserir no calendário pretérito. Há de fazer-se do dia de hoje e o de amanhã o milagre do bem, para que possamos também merecê-lo. O Natal exige que se faça da oportunidade mensageira de esperança, de que os tempos por vir afastem o mal do coração dos homens.
Esta época mágica tem de ser mais do que uma promoção comercial ou ensejo para reuniões sociais formais. Seu alto sentido social e humano tem de ser abrigado no recinto mais profundo e íntimo de nosso ser.
Só assim o Natal será efetivamente Natal.
   * Manoel Hygino é jornalista e escritor em Belo Horizonte (MG) e colunista do jornal “Hoje Em Dia” em BH.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Gestão da Informação e Inteligência Governamental

Wikileaks coloca em xeque a gestão da informação e inteligência governamental no Brasil

Gestão da Informação e Inteligência Governamental
Com os recentes vazamentos de informações sigilosas e oficiais da maioria dos governos mundiais, causados pelo Wikileaks – site de vazamento de documentos secretos, a gestão da informação, realizada pelos ‘órgãos de inteligência governamental’, vem sendo colocada em xeque em relação ao pleno controle sobre as informações estratégicas de cada país.
A constatação desse problema faz com que lideranças políticas e governantes no Brasil subestimem o teor da divulgação das informações acerca da inteligência, das fontes e riqueza de recursos de uma determinada região, cidades, estados e nações no Planeta Terra. Esta é a avaliação do pesquisador Vladimir Brito, que integra o Centro de Estudos Estratégicos e de Inteligência Governamental (Ceeig), Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Recentemente o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou já saber ou considerar irrelevante tudo que havia lido no Wikileaks. Na opinião do pesquisador da UFMG, houve uma tentativa de pôr panos quentes no assunto. “Não é tão irrelevante assim, tanto que os Estados Unidos estão traçando estratégias para minimizar essas ações”, comenta Brito. Ele afirma que, embora o ministro pudesse realmente ter conhecimento de parte do conteúdo divulgado, o mérito do site foi ter tirado algumas questões das entrelinhas diplomáticas. “Uma coisa é saber, outra evidenciar”, reflete o pesquisador.
Para Brito, o Wikileaks vem se mostrando progressivamente bom para o Brasil, por revelar como funciona o processo de formulação de políticas públicas nos Estados Unidos e como aquele país se relaciona com o nosso. “Para nações emergentes, que não têm um sistema de inteligência bem estruturado, a iniciativa é interessante porque atinge o principal ator global, que tem uma política intervencionista forte no resto do mundo”, analisa.
Segundo o pesquisador, o principal benefício do site seria trazer à tona questões até então mitificadas, como a espionagem internacional. “Tem gente que acha que isso é mito. Então para nosso país isso é bom, para entender que esses atores são extremamente ofensivos”, afirma. Outro aspecto, diz ele, é a possibilidade que se abre para a compreensão sobre como os Estados Unidos pensam o mundo. “Estamos tendo um panorama de qual é a visão desse Estado em vários aspectos”, completa o especialista em informação e inteligência governamental da UFMG.

Mestrando em Ciência da Informação, pela UFMG, Brito pesquisa como os Estados Unidos, por meio de seus serviços de inteligência ou serviços secretos, configuram o estado informacional mais sofisticado do planeta, tornando essa superioridade no terreno das informações o alicerce de sua atual hegemonia global.
Até agora, argumenta o especialista em informação e inteligência, ‘os efeitos sobre o Brasil foram pequenos, pois o que vazou sobre o país foi bastante pontual’. Brito aponta, inclusive, que o nível de informação do Wikileaks como um todo é superficial, pois os documentos não entram no âmago do poderio estadunidense, restringindo-se à discussão das embaixadas. Mas o pesquisador alerta que há um anúncio de três mil novos documentos a serem divulgados sobre o Brasil. “Não sabemos o que vem por aí”, diz.
O principal problema do sistema de inteligência brasileiro, na visão do pesquisador, é a falta de presença externa. “Nossa capacidade de coletar informações sobre os outros se restringe à vida diplomática”, constata. Tal fato, que o pesquisador considera como herança da Guerra Fria, traz outro problema: a incapacidade de detectar espionagem sobre o país. “Nesse sentido, o Wikileaks é positivo para dar uma sacudida, mostrar que essas coisas existem e estão aí”, afirma Brito.

No Brasil, como principal órgão de inteligência governamental e gestão da informação na Administração Pública brasileira, a ABIN – Agência Brasileira de Inteligência, que tem como missão ‘coordenar as ações do Sistema Brasileiro de Inteligência; produzir e salvaguardar conhecimentos sensíveis’. Além disso, A ABIN define em seu objetivo estratégico: “desenvolver atividades de Inteligência voltadas para a defesa do Estado Democrático de Direito, da sociedade, da eficácia do poder público e da soberania nacional”.

Quem é a Wikileaks?
WikiLeaks é uma organização transnacional sem fins lucrativos, sediada na Suécia, que publica, em seu site, posts de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis.
O site, administrado por The Sunshine Press, foi lançado em dezembro de 2006 e, em meados de novembro de 2007, já continha 1,2 milhões de documentos. No site, a organização informa ter sido fundada por dissidentes chineses, jornalistas, matemáticos e tecnólogos dos Estados Unidos, Taiwan, Europa, Austrália e África do Sul. Seu diretor é o australiano Julian Assange, jornalista e ciberativista.

FN Café News e Portal de Notícias UFMG/ Fernanda Cristo

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

TROPA DE ELITE: "OSSO DURO DE ROER"



Forças Armadas (Exército, Aeronáutica e Marinha), PF e Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) realizam megaoperação de guerra contra traficantes cariocas. Folha/Portal Uol.
 MINAS GERAIS - Na tentativa de debelar a evasão de narcotraficantes cariocas para as cidades mineiras, a Polícia Federal (PF) confirmou na tarde desta sexta-feira (26/11) que uma barreira policial foi instalada na divisa de Minas Gerais com o Rio de Janeiro para impedir que traficantes que estão tentando deixar os morros cariocas entrem no Estado de Minas Gerais.
A fuga dos narcotraficantes cariocas, segundo  analista em segurança pública, teria o endereço certo: cidades mineiras, fronteiras com Estado do RJ e cidades polos de desenvolvimento regional, como: Juiz de Fora, Ipatinga, Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Montes Claros, Varginha, Uberaba e Uberlândia, além das cidades localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, como Betim, Contagem e Ribeirão das Neves.
A barreira teria começado às 15h, desta sexta, no pedágio de Simão Pereira, em Juiz de Fora. Na BR-040, também na altura de Juiz de Fora, uma blitz está sendo realizada desde o início da manhã para controlar os carros que entram no Estado
O Delegado chefe da delegacia da PF de Juiz de Fora, Claúdio Nogueira, está no local com uma equipe para reforçar o policiamento. Não foi informado a quantidade de policiais que participam da operação e nem quanto tempo a barreira policial vai permanecer no local. Desde essa quinta-feira, 25, a fiscalização de rotina feita pela PRF foi reforçada pela Polícia Militar na divisa entre os Estados.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Dilma se emociona em evento do PT em Brasília-DF


Ao fazer o seu pronunciamento durante evento "festivo" do Diretório Nacional do PT, nesta sexta-feira, em Brasília, a presidenta eleita Dilma Rousseff se emocionou duas vezes ao falar do presidente Lula e do papel da militância petista na campanha eleitoral. 
Dilma aproveitou o encontro para pedir “maturidade” e “tolerância” ao partido. Segundo ela, o PT precisa “compreender os complexos desafios” do próximo governo e a relação com as legendas de coalizão.
Num momento em que se discute a formação do próximo governo e o espaço que será dado a cada partido aliado na composição dos ministérios, Dilma fez um apelo às lideranças petistas e disse depender do “esforço, da solidariedade e da maturidade política” das lideranças petistas na convivência com as demais legendas.
A emoção nas palavras da presidente eleita e sua gratidão à militância petista
Dilma não se conteve às lágrimas, durante evento do PT em Brasília. Foto: A E.
“Andei este País de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Tem um fato que quando a gente é candidato que é um verdadeiro abraço de mãe, que é quando você desce do aeroporto e vê,  primeiro, a bandeira, uma camiseta e uma imensa solidariedade. Isso até me comove”, disse a presidente eleita, antes de interromper a sua  fala e cair no choro.
 “E não é que seja sempre uma multidão. Muitas vezes é uma multidão, mas muitas vezes são três, quatro companheiros e companheiras, num município menor. E podem ter certeza que (a militância) está lá, e te acompanha de forma determinada. E estarão contigo em todos os lugares. Para esse partido que apresento aqui meu reconhecimento, minha gratidão”, discursou Dilma.
Governo Lula: "Herança bendita"
Dilma afirmou que assumirá a Presidência em posição “vantajosa” graças à “herança bendita” deixada por Luiz Inácio Lula da Silva. Parte desta “herança”, defendeu a petista, ocorreu graças à aliança em torno do governo Lula. Segundo ela, o PT teve maturidade para perceber, durante a gestão petista, que o Brasil era complexo e que era preciso construir uma aliança para governar e estabelecer regras de convivência política em razão da multiplicidade e a diversidade do País.
 Dilma afirmou ter certeza de que hoje o partido é mais experiente na ação de governo e também na atividade política – numa referência ao que chamou de “complexa relação entre partido, governo e movimentos sociais”. “Ter características diferentes não significa que não tenhamos um mesmo projeto de transformação de nosso País”.
Para a presidenta eleita, o Partido dos Trabalhadores mostrou, durante o governo Lula, capacidade de “conviver com o diferente” e construir consenso político.
“É importante enfatizar a maturidade do Partido dos Trabalhadores em sua relação com os demais partidos da coligação que vai governar o Brasil a partir de 1º de janeiro.”
O trabalho de sua campanha: "Três porquinhos"
Ela agradeceu também o trabalho dos coordenadores de sua campanha – o presidente da sigla, José Eduardo Dutra, o deputado federal José Eduardo Cardozo e o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci Filho, que ganharam o apelido ao longo da eleição de “três porquinhos”. “Os três porquinhos foram muito bem sucedidos na coordenação da minha campanha. Encontrei neles companheiros de todas as horas”, disse ela. 
Erradicação da miséria
Dilma ressaltou, também em sua fala, seu compromisso com a erradicação da miséria e criticou países avançados que ostentam níveis de desenvolvimento econômico e toleram desigualdades.
 O evento petista teve a participação de 81 membros do diretório e aconteceu no centro de convenções Brasil 21, na Capital Federal.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Primeiro Round: União X Estados e Municípios




Presidente eleita Dilma Rousseff enfrentará 'fogo cruzado' de Estados e Municípios, em 2011.
Depois de descer do palanque, sob a bonança e o sabor da vitória, como a primeira mulher a governar o Brasil, a presidente eleita Dilma Rousseff deve mesmo enfrentar pressão de prefeitos e governadores por mais dinheiro, em primeiro de janeiro de 2011. Se bem que o ano do legislativo no País começa a partir de março no Congresso Nacional, em Brasília-DF.
Congresso Nacional em Brasília-DF. Portal do Senado.
O embate dos Estados e municípios por mudanças no repasse de verbas serão negociadas no Congresso em março do ano que vem. A briga dos entes da federação deverá focar em quatro temas na agenda legislativa que envolvem mudanças na distribuição de dinheiro público estarão em debate: distribuição dos royalties do petróleo, reforma tributária, Lei Kandir e revisão dos índices dos Fundos de Participação.
Lei Kandir. O tema mais imediato é a articulação dos governadores por R$ 7,2 bilhões referentes à Lei Kandir. Essa lei isentou do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) as exportações de produtos básicos e semielaborados. Como a medida trazia perdas aos cofres estaduais, a União concordou em compensá-las até 2002, prazo depois estendido até 2006. Agora, mesmo sem lei, os Estados continuam pressionando por dinheiro.
A tendência é que o governo federal inclua no Orçamento de 2011 os mesmos R$ 3,9 bilhões pagos este ano. "É difícil ser mais do que isso", disse o deputado Walter Pinheiro (PT-BA), eleito senador e cotado para ocupar algum posto de destaque no Executivo ou no Legislativo em 2011. "Mas podemos negociar alguma alteração depois de março." Março é o mês em que o Congresso começa efetivamente a funcionar, depois de definida a ocupação dos postos-chave na Câmara e no Senado.
Royalties. Na cabeça dos estrategistas do governo, a Lei Kandir é um tema menor na agenda de relacionamento com os Estados em 2011. O grande trunfo nas mãos da presidente eleita, Dilma Rousseff, é a distribuição dos royalties do petróleo, um bolo estimado em R$ 50 bilhões.
A ideia é partilhar esse dinheiro com todo o País, e não só entre os Estados e municípios produtores, como é hoje. As áreas mais pobres tendem a ser mais beneficiadas, de forma a reduzir as desigualdades regionais.
Um assessor palaciano acha que, mal comparando, o dinheiro do petróleo fará com as prefeituras e Estados o que o governo Lula fez com as famílias: um grande contingente sairá da pobreza, sem que os mais ricos sejam prejudicados.
Na distribuição dessa riqueza, a discussão não é em relação a quem ganha e quem perde, e sim quem ganha mais ou deixa de ganhar. Não há perda.
"Entendemos que não dá para se mexer em receitas que já se têm, que os Estados já incorporaram às suas contas", disse o governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). "Mas é impossível pensar que os royalties vão ser apropriados só por alguns."
Se o dinheiro do petróleo for capaz de criar um clima positivo de negociação com os governadores, Dilma terá uma oportunidade de ouro de destravar a reforma tributária. Sem mudar o ICMS, ela não conseguirá cumprir sua promessa de desonerar os investimentos. Tampouco será possível resolver o problema dos créditos acumulados pelos exportadores, um fator que agrava a perda de competitividade dos produtos brasileiros, já prejudicados pelo dólar barato.
"Dedo na ferida". Mas, ao contrário do pré-sal, a reforma tributária imporá perdas de arrecadação para algumas unidades da Federação. "Se os Estados querem ajuda, vão ter de colocar o dedo na ferida", comentou Pinheiro.
É também dos cofres federais que poderão sair recursos para viabilizar uma nova distribuição dos recursos dos Fundos de Participação dos Estados (FPE). Da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), 22,5% são divididos com governos estaduais. Os critérios do FPE, porém, foram questionados no Supremo Tribunal Federal (STF) por um conjunto de Estados e a corte deu prazo para uma nova definição até o final de 2012.  O FPE pela proposta em estudo, o governo federal teria ainda outra contribuição a dar. "A União vem batendo recordes de arrecadação com base em receitas que não são partilhadas", disse. "É preciso ampliar a base da partilha."
Fonte: Agência Estado

BALÃO DE ENSAIO: Eleições 2012 em Montes Claros



MONTES CLAROS – Com 92.710 votos que recebeu no último dia 3 de outubro, o deputado reeleito Paulo Guedes (PT), destaca-se hoje como a principal força política do Norte de Minas e em Montes Claros (MG), em oposição ao governo Antonio Augusto Junho Anastasia (PSDB), que foi reeleito no primeiro turno com 62,7% dos votos. O deputado vem sendo cogitado atualmente pelas lideranças montesclarenses como o virtual sucessor do prefeito Luiz Tadeu Leite (PMDB), nas eleições de 2012.
Deputado Paulo Guedes (PT), em reunião ordinária na Assembléia Legislativa de MG

Nos bastidores da política local, cogita-se pela imprensa local, como as declarações do empresário e proprietário da TV Geraes, Paulo Ribeiro, a revista Tempo, que lançou o nome do deputado Paulo Guedes quanto uma candidatura alternativa à prefeitura de Montes Claros.

Ao ser ouvido, pelo Portal de Notícias do jornalista Luís Cláudio Guedes, sobre a declaração do empresário, o deputado Paulo Guedes negou, de forma peremptória, dizendo que se sente “lisonjeado com a lembrança do seu nome pelo amigo Paulinho Ribeiro”, mas que sua principal preocupação no momento é fazer um bom segundo mandato e honrar o voto de confiança que recebeu “dos quase 100 mil eleitores”.

O balão de ensaio já começou na corrida pelo paço municipal, em 2012. Na lista dos atuais postulantes ao cargo de prefeito da maior cidade do Norte Minas, que tem atualmente 363.227 habitantes, segundo o IBGE, estão, além do deputado Paulo Guedes, o atual prefeito Luiz Tadeu, que deve mesmo tentar a reeleição; o ex-prefeito Jairo Ataíde, sempre lembrado pelos seus correligionários; o deputado estadual Gil Pereira, que saiu como majoritário nas urnas da cidade; e o deputado estadual Ruy Muniz, que foi candidato derrotado no último pleito local e já se declarou, após a derrota no primeiro turno para a Câmara dos Deputados, como um “candidato potencial” à prefeitura.

Enfim, corra água por onde correr, a verdade é que o partido de Paulo Guedes, o PT, está de olho na eleição da maioria de suas lideranças para as prefeituras em Minas Gerais e no Brasil, bem como numa representação expressiva nas câmaras de vereadores. O carro-chefe do sucesso do PT nas eleições de 2012 vai depender da plataforma política da presidente eleita Dilma Rousseff, que deve enfatizar as políticas sociais de desenvolvimento humano e a aceleração do crescimento econômico.

Como o Partido dos Trabalhadores vem fechando alianças nacionais, estaduais e locais com o PMDB, é possível que, numa eventual composição pela cabeça de chapa, o deputado Paulo Guedes saia mesmo candidato a vice-prefeito em Montes Claros, com o prefeito Tadeu pleiteando sua reeleição.

FATOS DA SEMANA

Mapa Geopolítico do Rio São Francisco

Mapa Geopolítico do Rio São Francisco
Caracterização do Velho Chico

Vocé é favorável à Transposição do Rio São Francisco?

FN Café NEWS: retrospectiva