segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

ANO NOVO: Um brinde drummondiano...

RECEITA DE ANO NOVO
 Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Estátua de bronze do poeta Carlos Drummond de Andrande erguida em praia na cidade do Rio de Janeiro.
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa deve ocorrer em 1º de janeiro de 2016

Decreto que adia obrigatoriedade do acordo ortográfico “vai mudar pouco a realidade”, diz acadêmico
Alana Gandra/Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O professor e autor de obras didáticas Domício Proença Filhodisse na sexta-feira (28) à Agência Brasil que o decreto presidencial que adiou a obrigatoriedade de uso do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa para 1º de janeiro de 2016 “vai mudar muito pouco a realidade brasileira”. Segundo lembrou, as novas regras já vêm sendo usadas largamente.

“O que vai acontecer  é que as regras vigentes  vão continuar convivendo com as novas regras”, explicou Proença Filho, que é membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele observou que a mídia brasileira, “com pouquíssimas exceções”, adotou as novas regras. O mesmo ocorreu em relação aos livros didáticos, às novas obras  publicadas pelas editoras e às escolas, enfatizou.

O acordo que visa a padronizar as regras ortográficas foi assinado em 1990 com outros países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e suas regras passariam a ser obrigatórias já a partir de 1º de janeiro. O decreto presidencial que estabelece o novo prazo de vigência do acordo foi publicado na sexta-feira (28), no Diário Oficial da União.

“O que vai acontecer é que as novas regras do acordo de 1990 estão em vigor no Brasil e funcionando. A única coisa que muda com o decreto [presidencial] é que elas vão continuar convivendo com as anteriores. Ou seja, o período de adaptação é ampliado. Não vejo nenhum outro efeito, em um primeiro olhar”, insistiu.

O professor atribuiu o adiamento, “possivelmente”, à dimensão política do acordo, que foi assinado em 1990 por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Já o Timor Leste  aderiu ao acordo em 2004, após tornar-se independente. No Brasil, as novas regras estão em vigor desde janeiro de 2009, mas ainda não são de uso obrigatório.

Proença Filho lembrou que, no Brasil, a resistência ao acordo foi muito pequena. “Não teve repercussão maior, a resistência à mudança. Então, o que vai acontecer com a prorrogação é o convívio das duas regras”.


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domingo, 30 de dezembro de 2012

Combate à pobreza foi prioridade em 2012 na Assembleia de Minas - ALMG

Campanhas da Assembleia ao longo do ano reforçam compromisso com a redução das desigualdades sociais em Minas Gerais
Ciclo de debates de comabte à pobreza realizado em 2012 na Assembleia de Minas. Arquivo/ALMG - Foto: Miriam Zomer nov. 2012.
A pobreza e a desigualdade social têm uma dimensão muito maior do que a questão financeira, que é importante mas não deve limitar a formulação e o alcance das políticas públicas. A opinião da professora e pesquisadora da Fundação João Pinheiro (FJP), Carla Bronzo Ladeira, ilustra bem o papel fundamental desempenhado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais - ALMG ao longo de 2012 na promoção da cidadania e, consequentemente, na construção de uma sociedade mais igualitária.
Fórum/ ciclo de debates de comabte à desigualdade social em MG. Arquivo/ALMG - Foto: Guilherme Dardanhan

Nesse sentido, iniciativas como as campanhas “Assine + Saúde” e “Renegociação Já” e o projeto “Cidadania Ribeirinha”, além do apoio ao cooperativismo contribuem, direta ou indiretamente, para a redução das desigualdades sociais e para uma aproximação cada vez maior entre o Legislativo e o cidadão mineiro. “São com ações desse tipo que o Parlamento mineiro reforça seu compromisso com a erradicação da pobreza extrema no Estado, construindo respostas mais eficientes para as demandas das comunidades”, atesta o presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB).

Com a sua experiência no assunto, Carla Ladeira, que tem sido presença frequente na ALMG, lembra que, no combate à pobreza, são fundamentais os três vértices das funções do Parlamento. “Na função de representação, a Assembleia age como um advogado dos mais necessitados, colocando o combate à pobreza em discussão na sociedade e na agenda das políticas públicas. Mas ela também atua na formulação de leis, no planejamento orçamentário e no controle externo do uso desses recursos”, lembra.
Um exemplo disso foram os trabalhos da Comissão de Representação, que reuniu 55 entidades, criada em março para acompanhar os desdobramentos das ações propostas no Seminário Legislativo Pobreza e Desigualdade, que percorreu 12 regiões mineiras ainda no ano anterior. Desse trabalho surgiram medidas significativas como a antecipação da universalização do Piso Mineiro de Assistência Social e a criação do Fundo de Erradicação da Miséria e da Bolsa Reciclagem.

Cidadania Ribeirinha – Para Carla Ladeira, há diferentes graus de pobreza. Aos muito pobres faltaria até capacidade de ação, autoestima, dignidade, respeito e até mesmo um projeto de vida. Esse tipo de pobreza é comum, por exemplo, em regiões como o Norte de Minas e vales do Mucuri e Jequitinhonha. E esse foi justamente o cenário escolhido pela Assembleia Legislativa para deflagrar, no final de janeiro, o projeto Cidadania Ribeirinha.

Manga foi uma das cidades atendidas pelo projeto Cidadania Ribeirinha. Arquivo/ALMG - Foto: Leo Noronha
A iniciativa abrangeu inicialmente as cidades de Itacarambi, Manga, Matias Cardoso e Pedras de Maria da Cruz, todas no Norte de Minas, escolhidas para o projeto-piloto por terem os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) entre os municípios banhados pelo Rio São Francisco. Ao longo do primeiro semestre deste ano foi feito um trabalho de mobilização social voltado para três objetivos centrais: a melhoria das condições de vida dos ribeirinhos, a revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e a valorização do patrimônio cultural são-franciscano.

O Cidadania Ribeirinha é um dos projetos do Direcionamento Estratégico da ALMG, em consonância com a diretriz estabelecida pela Assembleia para o biênio 2011/2013 de ser a voz dos mineiros no enfrentamento das desigualdades sociais no Estado.
Entre as principais ações do Cidadania Ribeirinha, estão a oferta de cursos de formação para o desenvolvimento sustentável e o desenvolvimento de projetos comunitários voltados para a intervenção em questões ambientais, culturais e econômicas. Também serão realizadas discussões sobre o planejamento municipal nas sedes dos quatro municípios para que eles possam adequar as medidas locais às estratégias do projeto de revitalização do São Francisco, proposto pelo Governo Federal.

Assine + Saúde mobiliza mineiros para projeto de iniciativa popular

O combate à pobreza e às desigualdades sociais também passa pela garantia de mais recursos para amparar as políticas públicas. Essa é a lógica por trás de campanhas pioneiras desenvolvidas pela Assembleia Legislativa ao longo de 2012, como o “Assine + Saúde” e “Renegociação Já”.
Ações de comabte à desigualdade. Arquivo/ALMG - Foto: Willian Dias
A primeira, como o próprio nome diz, visa a garantir mais recursos da União para a saúde, enquanto a segunda pretende garantir novas condições de pagamento das dívidas dos Estados com a União, situação comparada recentemente pelo presidente da Assembleia, deputado estadual Dinis Pinheiro, a uma modalidade de agiotagem.
Encabeçada pela Comissão de Saúde, a campanha Assine + Saúde pretende coletar 1,5 milhão de assinaturas para apresentar um projeto de iniciativa popular ao Congresso Nacional obrigando a União a investir 10% de sua receita corrente bruta na saúde. Atualmente, apenas estados e municípios têm percentuais mínimos fixados em lei para investimento na área, respectivamente 12% e 15% de suas receitas. Já a União não tem um percentual estabelecido, pois só precisa destinar à saúde o mesmo montante investido no ano anterior, acrescido da variação nominal do PIB.

Até a última quarta-feira (19/12/12), 322.834 assinaturas haviam sido recolhidas. O marco inicial foi o ciclo de debates realizado em março, que reuniu 400 pessoas no Plenário. Depois disso, a Comissão de Saúde foi a dez cidades do interior do Estado para promover a coleta de assinaturas para o projeto de lei. Também foram realizados vários eventos para marcar a adesão de outras entidades à campanha Assine + Saúde.
Para fortalecer essa campanha, em agosto a ALMG sediou ainda um encontro nacional de presidentes de assembleias legislativas e de comissões de saúde. Em outubro, Dinis Pinheiro e o deputado Carlos Mosconi (SPDB), presidente da Comissão de Saúde, participaram de debate sobre esse assunto na Câmara dos Deputados. Em novembro, o movimento chegou a Vitória (ES), onde houve nova reunião com representantes de assembleias legislativas e câmaras municipais.
“Este é um movimento suprapartidário que está ganhando o País, mas ainda temos muito trabalho pela frente. Vamos fazer novas caravanas pelo interior de Minas Gerais e visitas a mais alguns estados, a exemplo do que fizermos ao longo deste ano”, avalia Carlos Mosconi.

PROJETO CIDADANIA RIBEIRINHA
O Cidadania Ribeirinha, iniciativa da Assembleia de Minas, tem como objetivos a revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, a redução da pobreza e da desigualdade nas comunidades ribeirinhas e a proteção do patrimônio cultural sanfranciscano. O projeto contempla populações de 12 localidades de quatro dos municípios mineiros banhados pelo rio, no Norte de Minas: Itacarambí, Manga, Matias Cardoso e Pedras de Maria da Cruz. Esses municípios foram escolhidos por apresentarem o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as cidades banhadas pelo São Francisco em Minas Gerais.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Produção de algodão: medidas contra a praga do Bicudo em MG

Produtores mineiros de algodão cumprem medidas do vazio sanitário
O IMA vistoriou 91 propriedades do Estado, ou 16.751 hectares de área plantada, e não registrou notificações graves
O cultivo de algodão esteve proibido entre 20 de setembro e 20 de novembro deste ano.
Com informações da Agência MINAS
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) vistoriou, durante o vazio sanitário do algodão, 91 propriedades do Estado, o que corresponde a 16.751 hectares de área plantada. Os 60 dias em que o cultivo de algodão esteve proibido, entre 20 de setembro e 20 de novembro, foram de intensa vistoria, com a superação da meta prevista para o ano, de 88 propriedades fiscalizadas.

As fiscalizações abrangeram as coordenadorias regionais do IMA localizadas em Curvelo, Janaúba, Patos de Minas, Patrocínio, Uberaba, Uberlândia e Unaí, maiores regiões produtoras de algodão no Estado.

Neste período, não foram registradas notificações que poderiam gerar autos de infração, o que significa que os produtores mineiros estão aderindo, cada vez mais, às ações propostas pela medida. Implantado em 2010, o vazio sanitário do algodão tem caráter preventivo para proteger os produtores rurais contra perdas e prejuízos na safra.

A medida leva em conta a importância socioeconômica da cultura do algodão para Minas Gerais e os prejuízos que a praga do Bicudo do Algodoeiro pode causar à economia, já que a manutenção de áreas permanentes e contínuas com o cultivo da espécie mantém o inseto ativo.

Cabe ao IMA fiscalizar o cumprimento da medida, já que é de responsabilidade do produtor de algodão a eliminação das plantas durante a vigência do vazio sanitário. Há exceção apenas para áreas de pesquisa científica, que devem solicitar autorização do Instituto para manter plantas vivas. O descumprimento da medida gera auto de infração e multa.

De acordo com o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, o período de vigência do vazio sanitário foi positivo, visto que houve o cumprimento da meta com a participação ativa dos produtores e a ausência de notificações. “É um trabalho interligado que a cada ano contribui para a manutenção da produtividade e qualidade das lavouras,” comenta.

Importância
O vazio sanitário é de extrema importância para a agricultura mineira. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado possui, atualmente, 29,6 mil hectares de área destinada ao cultivo de algodão, com uma produção anual de 108,8 mil toneladas da pluma. As regiões mineiras que possuem maior área plantada são o Noroeste, Triângulo, Norte e Alto Paranaíba.

FATOS DA SEMANA

Mapa Geopolítico do Rio São Francisco

Mapa Geopolítico do Rio São Francisco
Caracterização do Velho Chico

Vocé é favorável à Transposição do Rio São Francisco?

FN Café NEWS: retrospectiva