terça-feira, 9 de maio de 2017

LUTO na MPB: a morte do poeta, compositor e cantor Antônio Carlos Belchior em 30 de abril de 2017

Belchior foi “embora sorrindo, sem ligar para nada”
O mais literário dos compositores brasileiros, o trovador do Ceará sabia tudo a respeito das nossas dores e inquietações
Por XICO SÁ*/ 30 ABR 2017 - 23:02 BRT/Jornal El País
Belchior durante entrevista em São Paulo, em 1986, ao Jornal Estado de S. Paulo .  Foto: Antonio Lúcio/Estadão.
O primeiro grande porre, no balneário do Caldas, em Barbalha (CE), foi sob efeito do disco “Alucinação” (1976). O vômito inaugural tinha um motivo, além da garrafa de aguardente Kariri com K: a estranheza diante da primeira dor de amor. Muitos amores depois, na conquista ou na perdição, lá estava o bigode também na vitrola. Belchior foi o cara que sempre cantou os fracassos e os triunfos desses rapazes latino-americanos sem dinheiro no bolso e vindos do interior.
Belchior canta “Apenas um Rapaz Latino-Americano”.
Foto: Fabio Dutra.

O trovador do Ceará também embalou os roqueiros da metrópole e os corações selvagens dos subúrbios. Não por acaso, o comentarista Walter Casagrande (TV Globo), em plena decisão do campeonato paulista, deixou Ponte Preta x Corinthians de lado para dizer o quanto Belchior foi importante para traduzir as inquietações iniciais da sua geração a partir dos anos 1970.

Em diálogo com Beatles, Cego Aderaldo, Godard, Baudelaire, Dante, os Dylan (Bob e Thomas), Torquato Neto, Mário Faustino, Jorge de Lima, Albert Camus, Drummond, Roberto Carlos, Luiz Gonzaga e com o avesso de Caetano Veloso –“nada é divino, nada é maravilhoso!”-, o cearense soube cantar as nossas dores naqueles momentos em que não sabemos direito diagnosticá-las. Só sabemos que deveras sentimos. Saca aquela melancolia do domingo à tarde?

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