quarta-feira, 20 de junho de 2018

MARCAS do preconceito e da discriminação nas redes sociais...

Após palestra nos Estados Unidos, mineira é alvo de ataques racistas
De Manga, no Norte de Minas, Alline Parreira proferiu uma palestra na Universidade da Cidade de Nova York onde falou sobre trajetória dela
Alinne Parreira, de 27 anos, mineira da cidade Manga no extremo Norte do Estado, às margens do Rio São Francisco. foto: Brado NYC/Divulgação
Por Luiz Ribeiro, jornalista do jornal Estado de Minas - BH
EUA – A mineira Alinne Parreira, de 27 anos, que ganhou notoriedade ao ser convidada a proferir uma palestra sobre sua história de superação para professores doutores da Universidade da Cidade de Nova York, nos Estados Unidos, sexta-feira passada, não conseguiu barrar o preconceito de pessoas do próprio país. Vítima de ataques racistas na internet, ela própria denunciou a situação, divulgando em redes sociais uma nota de repúdio em que manifesta sua indignação contra as mensagens ofensivas.

Nascida de pais pobres em Manga, às margens do Rio São Francisco, no Norte de Minas, Alline, que é negra, passou por duas famílias adotivas. Logo cedo aprendeu a lutar contra o racismo e o preconceito, além de superar os obstáculos da vida. Como ela mesmo relata, para sobreviver, já catou latinhas e vendeu cigarros e velas em porta de cemitério. Com 18 anos, deixou a cidade natal e morou em Brasília e em outras cidades brasileiras. Também viveu uma experiência na África. Há dois anos, mudou-se para Nova York, onde trabalha como faxineira.
De acordo com Alinne, os ataques partiram de integrantes de um grupo intitulado “Brasileiros em Nova York”, que postou mensagens discriminatórias e agressivas. “O racismo é causa de violência, exclusão, discriminação, além do extermínio da juventude negra. As mulheres negras sofrem duplamente o preconceito causador do ódio da burguesia contra as que ocupam posições de ativista, como é o meu caso”, escreveu a mineira, que também recebeu mensagens de apoio. “Tenho claro que a principal ferramenta para superar o racismo é a partir do empoderamento que ocorre por meio da resistência negra, reconhecimento de sua história, memórias, raízes e identidade. Meu cabelo não é ‘balaio’, ele é minha identidade, minha ancestralidade, ele cresce pra cima porque tem raízes e vai crescer pra onde quiser”, disse, em referência a uma das ofensas que recebeu.

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