terça-feira, 29 de maio de 2012

Investigação Científica: tremores de terra em MoC



Girleno Alencar*

Montes Claros (MG): 37 tremores de terra foram registrados nos últimos quatro anos. Mapa: Google Maps/Adaptações FN Café News - maio de 2012.
MONTES CLAROS – A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) vai estudar as hipóteses de influência do Oceano Atlântico e da Cordilheira dos Andes nos tremores de terra que atingiram Montes Claros nas últimas semanas.

O professor Paulo Pereira Martins Junior, do Grupo de Pesquisas “Soluções Integradas em Ecologia, Energia, Economia e Gestão” do Centro Tecnológico de Minas Gerais e da UFOP, afirma que é necessário um estudo mais profundo.

A cidade de Montes Claros apresenta 37 tremores de terra desde de 2008, dos quais 24 deles oficialmente registrados pelos sismógrafos. O último ocorreu na segunda-feira passada, com 2,1 graus na escala Richter. Desde sábado, oito sismógrafos foram instalados na cidade.

Existem divergências entre os institutos de sismologia, pois o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) aponta que o primeiro tremor na cidade ocorreu em 1978, enquanto a Universidade de Brasília, em 1995.

O Grupo de Espeleologia Peter Lund constatou que as grutas de alta valor espeleológico no Parque Estadual da Lapa Grande, em Montes Claros, foram bastante prejudicadas com os tremores, pois colunas ruiram, prejudicando o acervo do local, que desde 2005 foi fechado à visitação pública, para serem realizados estudos científicos.

O professor Paulo Pereira afirma que, no primeiro momento, vai pegar os estudos dos sismógrafos da Universidade de Brasília (UnB) e da USP para buscar as teorias possíveis. Nesse sentido, ele trabalhará com as hipóteses andinas e atlântica. “Tradicionalmente, o Norte de Minas nunca teve tradição sísmica própria. Por isso, defendo os estudos sobre essas hipóteses”, diz o pesquisador, especializado em estudos geológicos do vale do São Francisco.

O professor Marcelo Assumpção, da USP, é aguardado em Montes Claros, a partir de hoje, quando analisará os dados colhidos por sua equipe, que, desde sábado, está na cidade. Ele terá acesso também aos dados dos cinco sismógrafos montados pela UnB.

* Do Hoje em Dia - 29/05/2012 - 21:21




Novo tremor de 2,1 graus é registrado em Montes Claros 
Girleno Alencar - Do Hoje em Dia - 28/05/2012 - 21:58

MONTES CLAROS – Mais um tremor de terra foi registrado em Montes Claros. O abalo, percebido às 12h28 desta segunda-feira, atingiu 2,1 graus de intensidade, segundo o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obis/UnB). A nova ocorrência foi sentida em diversos pontos da cidade. Assustados, moradores acionaram o Corpo de Bombeiros. Não houve feridos.

Esse é o 37º tremor de terra na cidade, desde 2008. Porém, apenas 24 abalos foram registrados oficialmente, já que os demais foram de menor intensidade. De acordo com a Comissão Municipal de Defesa Civil, ao meio-dia, uma fábrica de cimento usou dinamite para detonar rochas próximo às suas instalações. A possível relação com o abalo sentido pelos moradores será investigada.

O município do Norte de Minas sofre tremores de terra há 34 anos, conforme dados do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), que, desde sábado, está em Montes Claros analisando as causas dos abalos. Três sismógrafos foram instalados e, com isso, a cidade passa a contar com oito equipamentos. No fim de semana, o Obis/UnB instalou cinco aparelhos na região.

Conforme o setor de sismologia do Departamento de Geociências, o primeiro tremor de terra ocorrido no Norte de Minas aconteceu em 27 de setembro de 1976, na cidade de Coração de Jesus, com 2,3 graus. No ano seguinte, outro abalo foi percebido em Janaúba, com 3,7 graus. Em Minas Gerais, a terra teria tremido pela primeira vez em 1824, em Caxambu, no Sul de Minas, com 3,2 graus. Os dados são da USP. 

O novo levantamento, no entanto, coloca em xeque o balanço divulgado na semana passada pelo Sismológico de Brasília, que tinha apontado o primeiro tremor de terra em Montes Claros em 27 de agosto de 1995, com 2,6 graus. A diferença entre os dados da USP e da UnB é de 15 anos

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