quinta-feira, 18 de julho de 2013

EDITORIAL

Para a classe política acuada e sem legitimidade moral-representativa, a população propõe: Renúncia Já!
Por França Neto*
Do jeito que a onda de protestos de ruas  vai e vem, pedidos de renúncias e impeachments, por meio de "Fora!", podem ressurgir, com toda verve popular, na pauta da agenda nacional e política deste ano. Foto: Portal Uai/arquivo 2013.
Com o recrudescimento dos atos de protestos de ruas, por meio de manifestações, de forma violenta, com destruições, depredações, ocupações e invasões de prédios público-privados, observados, na madrugada desta quinta (18) no Rio de Janeiro, o poder político e toda mega-lógica da organização financeiro-capitalista [TV, repartições públicas, bancos e shopping] estão novamente acuados, sob um dilema crucial, proposto, de maneira geral, pela população: Renúncia Já!

A repercussão da onda de protestos no País pode coloca em xeque a reeleição de diversos governantes no Brasil, inclusive acenando para um possível impeachment de alguns deles, além de ‘melar’ a realização de dois eventos importantes no País: ‘Copa do Mundo e Olimpíadas’.

Assim, o sistema político-capilista vigente no País, configurando-se atualmente como uma ‘rede de ruínas’, não atende mais ao interesse da esmagadora maioria da população brasileira, pois há literamente uma falência múltipla de seus órgãos e de suas instituições que permanecem insensíveis, uma espécie de coma profundo, ante aos anseios dos cidadãos por mais escola e saúde de qualidade, mobilidade urbana/transporte, segurança, emprego e habitação.

No caso do sistema político-representativo brasileiro, este faliu completamente num prospecto de legitimação e/ou legitimidade da nossa recente democracia, com 122 anos de proclamação/instituição da República, bem como 21 anos após eleições diretas para cargos eletivos majoritários no País: presidente.

Robert Dahl (cientista-político) assinala um governo como legítimo quando “o povo acredita que seus atos, procedimentos, decisões, políticas, estruturas, autoridades ou líderes são apropriados, moralmente justos (...)”.

Destarte ao pensamento dahliano, percebe-se que o sistema político-partidário não tem mais legitimidade, pois a visão da ampla maioria da população brasileira não acredita mais nos seus atos e procedimentos, ou mesmo, nas suas ações e decisões políticas. Talvez fosse melhor, neste momento, para todos ocupantes de cargos eletivos (presidente da República/vice, governadores/vice, deputados (federal e estadual), vereadores e prefeitos/vice) que tivessem a grandeza na alma de renunciar de suas funções e convocar novas eleições, sem a participação deles, como atuais mandatários políticos (sem legitimidade e em descrédito na aprovação popular).

Enfim, não é vandalismo nenhum, para qualquer cidadão de bem no País, propugnar hoje no Brasil a seguinte proposta radical e justa aos políticos vigentes: RENUNCIEM JÁ!

*Jornalista e Editor do FN Café NEWS

2 comentários:

  1. não acredito que estejamos vivendo uma revolução de massas. o que observo simplesmente é que as massas estão novamente sendo capturadas ao acreditar que esta realizando uma revolução da massa, ignorando o que está em jogo: fora pt e retorno de um governo totalmente submetido aos estados unidos. não acredito em revolução que não reconheça de antemão que o inimigo número 1 da humanidade é o imperialismo ocidental - que é fundamentalmente o que está nas ruas por trás das massas.
    abraços,
    luis

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    1. Ok, Luís Eustáquio. No entanto, o que se vê é a plena demolição do sistema representativo político-partidário, inerte e sem atender as demandas sociais. É preciso, portanto, legitimar a ação coletiva, por meio de uma democracia substantiva onde o que vale é participação efetiva de cada cidadão na sociedade(democracia representativa X democracia participativa).
      Abraço, amigo, e obrigado pela sua participação.
      França

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