sexta-feira, 4 de outubro de 2013

RIO SÃO FRANCISCO - 512 ANOS: "Mar de água doce" que leva a esperança para parte do sertão seco de MG e do Nordeste brasileiro

Rio São Francisco, de águas abundantes, completa nesta sexta 512 anos
Velho Chico abre seus braços de fé na natureza para a transformação de vidas sertanejo-barranqueiras
Com informações da Codevasf/Globo Rural - TV Globo/ Agência CNM e do FN Café NEWS

Vapor Benjamim Guimarães navega pelas águas do 'Velho Chico'. França Neto  jan 2011
O Rio São Francisco, conhecido como “Velho Chico”, que completa 512 anos nesta sexta-feira (4/10), recebeu esse nome porque foi descoberto no dia de São Francisco de Assis. A descoberta do “Velho Chico” é atribuída ao navegador genovês Américo Vespúcio, e segue resistente, levando vida a todos aqueles que se recostam às suas margens.

As águas do rio atravessam vários estados e mudam a vida de muitas pessoas pelo caminho.

Pescadores do Rio São Francisco. Foto Codevasf.
O Velho Chico de águas verdes, frias e abundantes, tem 2,83 mil quilômetros de extensão, passando pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. O Rio São Francisco muda a paisagem ao passar pelo Nordeste. Historicamente, o semi-árido é conhecido pela escassez de água, mas pela região o líquido parece não ter fim. Com a ajuda da tecnologia, o mar doce levou de volta a esperança para uma parte do sertão seco. É como se o Velho Chico abrisse os braços oferecendo oportunidades e transformando vidas.

O rio São Francisco abastece os sistemas de irrigação que permitem o cultivo de frutas em pleno semi-árido. A fruticultura desenvolveu a economia do Vale do São Francisco. Por ano, são movimentados cerca de US$ 240 milhões com a exportação.

No final de setembro, uma adutora passou a levar a água do São Francisco para a comunidade de Cacimba do Baltazar, na zona rural de Petrolina. O sonho de muitos outros agricultores virou realidade.
Comemorações
Vapor Benjamim. Foto FN Café NEWS
Em comemoração, alguns Municípios realizam atividades para lembrar a importância do Velho Chico para o desenvolvimento do país. E ocaso do Município de Penedo (AL) que em parceria com os Municípios alagoanos de Igreja Nova e Piaçabuçu promoverá a 8ª edição da Exposição Agropecuária e Cultural do Baixo São Francisco - Expo São Francisco.

Realizada há sete anos, sempre no mês de novembro, esta edição acontece nos dias 4 e 5 de outubro.

A 8ª Expo São Francisco reunirá na Praça 12 de Abril diversos estandes de expositores de vários Municípios que integram o vale do São Francisco alagoano.
Já no Município de Juazeiro, na Bahia, as atividades tiveram início no último sábado, 28 de setembro, e durante toda semana foram promovidas várias palestras de conscientização e preservação do Rio nos povoados do Município.

Nesta quarta-feira, 2 de outubro, a prefeitura em parceria com os moradores realizaram uma ação de limpeza na Orla de Juazeiro durante a manhã. Um mutirão de limpeza também ocorreu na Ilha do Rodeadouro, nesta quinta-feira, 3, com a instalação de placas educativas e plantio de mudas nativas.

Os eventos em Juazeiro seguem até esta sexta-feira, dia 4, quando acontece, a partir das 14h, o projeto Trilha Cultural, na Escola José de Amorim, localizada na Lagoa do Salitre.


HISTÓRICO SOBRE RIO SÃO FRANCISCO
A vista do Rio São Francisco entre os municípios norte-mineiros de Manga e Matias Cardoso (MG). Foto: Jornalista Manoel de Freitas 2013.
O Rio São Francisco (Velho Chico, popularmente batizado) percorre cerca de 2.800 quilômetros até desaguar no Oceano Atlântico, passando por cinco Estados; além de Minas Gerais, o rio banha as terras de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe, drenando em uma área de aproximadamente 641.000 km2, na qual leva água para uma população de 18,2 milhões de ribeirinhos, radicados em 505 Municípios brasileiros.

Nascente do São Francisco em S. Roque (MG).  Foto: Codevasf
O Velho Chico, que nasce no Estado de Minas Gerais, na Serra da Canastra, município de São Roque de Minas (MG), desemboca no Oceano Atlântico entre Sergipe e Alagoas. Durante seu percurso pelo cerrado mineiro e sertão norte-mineiro, baiano, pernambucano, o Rio São Francisco apresenta dois estirões navegáveis, no seu médio curso entre Pirapora-MG e Petrolina-PE/Juazeiro-BA [1.371km], e, no seu baixo curso entre Piranhas- AL até a foz do Atlântico [208km].

O Velho Chico atravessa regiões com condições naturais as mais diversas. As partes extremas superior e inferior, da bacia, apresentam bons índices pluviométricos e fluviométricos, enquanto os seus cursos médio e sub-médio, atravessam áreas de clima bastante seco e semi-árido. Assim, cerca de 75% do deflúvio do São Francisco é gerado em Minas Gerais, cuja área da bacia ali inserida é de apenas 37% da área total.

Comercialmente, o trecho principal são os 1.371km, entre Pirapora-MG e Petrolina-PE/Juazeiro-BA. Este trecho corresponde a uma distância equivalente entre Brasília (DF) e Salvador (BA) e é sem dúvida a mais econômica forma de ligação entre o Centro Sul e o Nordeste. Com o seu extremo sul localizado na cidade de Pirapora (MG), a Hidrovia do São Francisco é interligada por ferrovia e estradas aos mais importantes centros econômicos do Sudeste, além de fazer parte do Corredor de Exportação Centro-Leste. Ao Norte, nas cidades vizinhas de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), a Hidrovia está ligada às principais capitais do Nordeste, dada a posição geográfica destas duas cidades.

O Velho Chico oferece condições naturais de navegação, durante todo o ano, com variações de profundidade (calado), segundo o regime de chuvas. Em grande parte no vale do São Francisco, as áreas mais propícias ao aproveitamento agrícola situam-se às margens desse rio. Por esse motivo é nas proximidades do rio que se encontra a maior parcela da população do vale. A consolidação da Hidrovia do São Francisco fará com que se atenda a demanda, não só da região ribeirinha, mas de todo o país.

Transposição do Rio São Francisco e projetos de revitalização
Imagens do Velho Chico. Arte: FN Café NEWS  out. 2013
A transposição de águas do Rio São Francisco é um projeto que gera muita polêmica. Constitui, basicamente, na utilização das águas do rio para a perenização de rios e açudes da Região Nordeste durante os períodos de estiagens. Os Estados beneficiados seriam: Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará e por isso a idéia é defendida pelos políticos destes Estados, já os políticos de Minas Gerais, Bahia, Alagoas e Sergipe não a aceitam bem, preocupados com os efeitos em seus Estados.
Projetos prometem beneficiar mais de 200 Municípios com os sistemas de esgotamento sanitário. Segundo a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) as obras atendem a zonas urbanas de Municípios com população de até 50 mil habitantes e, em sua maioria, com prioridade para as localidades situadas na calha do Rio São Francisco.

O projeto de transposição das águas do rio São Francisco consiste na transferência de águas do rio para abastecer pequenos rios e açudes da região Nordeste que possuem um déficit hídrico durante o período de estiagem. As obras são prioritárias para o governo no setor de infra-estrutura no ano que vem. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o projeto deve custar R$ 2 bilhões ao governo, e adiantou que o primeiro trecho da transposição deve ser inaugurado em janeiro de 2006.

A transposição do rio São Francisco é uma discussão antiga no governo federal. O projeto foi concebido inicialmente em 1985, ainda no âmbito do extinto DNOS - Departamento Nacional de Obras e Saneamento. Em 1999, o projeto foi transferido para o âmbito do Ministério da Integração Nacional. Atualmente, vários ministérios acompanham as ações do projeto, assim como o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – formado pela sociedade civil e pelas três esferas de governo.

O projeto em discussão pelo Executivo, porém, vai além da transposição das águas do Velho Chico. A transferência de água está incluída no Programa de Desenvolvimento Sustentável para o Semi-Árido e a Bacia do Rio São Francisco. A prioridade, para o governo federal, é melhorar as condições de vida da população que vive às margens do rio ou têm no São Francisco o seu meio de sobrevivência. O Orçamento de 2005 encaminhado pelo governo federal ao Congresso prevê recursos da ordem de R$ 1 bilhão para a revitalização do rio no ano que vem.

Na avaliação do secretário-executivo do Comitê do São Francisco, Luiz Carlos Fontes, o grande desafio do governo é conciliar a revitalização do rio com a sua transposição. "Precisamos ter uma medida justa para revitalização, um compromisso que assegure que isso não vai ficar apenas restrito a um primeiro momento. Acredito que o governo tenha mecanismos de nos dar um conforto que essa obra não ficará sujeita a variações anuais e que valores serão aprovados no Orçamento da União. Entendo que o valor apresentado nesse momento é uma sinalização, mas não é nem de longe o valor que a gente precisa para revitalização da bacia", diz.

Pela proposta de transposição em estudo pelo governo, o rio São Francisco doaria cerca de 60 metros cúbicos por segundo de vazão aos açudes e pequenos rios da região. Para o presidente Lula, a água armazenada vai permitir a interligação de açudes e manter o nível de água em cada um deles – uma forma de garantir o sustento de famílias que vivem na região.
Os estados mais beneficiados seriam a Paraíba, o Rio Grande do Norte e o Ceará. O rio São Francisco possui 2,8 mil km de extensão, nasce em Minas Gerais, na Serra da Canastra, e desemboca no Oceano Atlântico, entre Sergipe e Alagoas.

4 comentários:

  1. Jornalista Fernando Abreu - Montalvânia (MG), via Facebook: "Parabéns Velho Chico..."

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  2. Angela Galvão - Belo Horizonte (MG), via Facebook: "Parabéns para o velho novo CHICO, nosso orgulho"

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  3. Isaias R. Nascimento - Manga (MG), via Facebook: "...mas quem vai transformar a vida do velho Chico?!!"

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  4. Celso De Oliveira Birigui-SP, via Face: "Que seria desta Região sem o velho Chico?????? Não existia , a benção chegou,chuva, Graças a Deus."

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