sábado, 4 de agosto de 2012

Réu no Mensalão é demitido da Administração Pública

O ex-tesoureiro do PT é formado em matemática e lecionou em alguns colégios do Estado de Goiás. Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press
Mirelle Irene/Direto de Goiás*
O secretário de educação de Goiás, Thiago Peixoto, assinou a portaria que exonera o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, que configura como um dos 38 réus no processo sobre o mensalão que corre do Supremo Tribunal Federal. A exoneração foi encaminhada nessa sexta-feira (3/7) para a Casa Civil para ser publicada no Diário Oficial

Formado em Matemática, Delúbio Soares foi tesoureiro do Centro dos Professores de Goiás (CPG) e lecionou em alguns colégios do Estado. De acordo com a secretaria, outras 29 exonerações, por motivos distintos, foram assinadas. A secretaria afirmou que a decisão é resultado de um processo iniciado em 2005, para investigar o suposto abandono de emprego cometido pelo ex-tesoureiro. 

Por ser sindicalista, Delúbio tinha direito de se afastar, no entanto, sua situação era irregular, o que anularia o benefício. Desde que o processo foi instaurado, o ex-tesoureiro foi cortado da folha de pagamento do Estado e não recebia salário. 

O ex-tesoureiro, refiliado ao PT recentemente, assinou um artigo divulgado ontem no site Brasil 247, em que disse não ser ingênuo, renegando o papel de "vítima" em um dos maiores escândalos políticos no País. "Escolhi os caminhos a serem percorridos e aceitei os riscos da luta. Mas não fui, senão, em todos os instantes, sem exceção, fiel cumpridor das tarefas que me destinou o PT", disse ele no texto. 

Nota
Em nota, a secretaria confirmou o caso e relatou como se deu todo o processo até a exoneração de Delúbio. "Após seguir os trâmites burocráticos na Gerência de Processos Administrativos e Disciplinares da Secretaria de Estado da Educação (respeitando-se inclusive o direito à defesa), o referido processo foi encaminhado à Procuradoria Geral do Estado."

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

*Fonte: noticias.terra.com.br, com adaptações de FN Café News

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