terça-feira, 9 de setembro de 2014

EVASÃO NO ENSINO SUPERIOR...

Número de formandos no ensino superior cai pela 1ª vez em 10 anos

Redução de 5,6% aconteceu especialmente entre alunos de instituições privadas e em cursos a distância
Evasão na educação superior preocupa MEC, com um quadro de crescimento de cursos sem qualidade nas instituições de ensino. Foto: Ascom/MEC.
O Estado de S. Paulo*
O número de estudantes que concluem o ensino superior no Brasil caiu 5,6% em 2013, a primeira queda em dez anos. Hoje, há um formando para cada três ingressantes (era quase 1 para 2 em 2009). Os dados do Censo do Ensino Superior são vistos pelo Ministério da Educação (MEC) como acomodação em um quadro de crescimento forte. Para especialistas, o modelo de expansão do sistema no País pode ter chegado ao limite.

De acordo com dados do censo, 991.010 pessoas se graduaram, 59,4 mil a menos do que em 2012. A proporção de concluintes também caiu. Em 2013, os formandos representaram 36% dos estudantes que entraram no ensino superior no mesmo ano. Em 2010, eram 45%.

Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas Educacionais (Inep), Francisco Soares, essa queda na proporção se explica pelo aumento considerável no número de vagas abertas. “É natural que, hoje, tenha mais alunos entrando do que saindo”, explicou ele. Para especialistas, como Leandro Tessler, da Unicamp, a queda pode indicar dificuldades econômicas durante o processo - e seria preciso investigar as desistências.

Os números divulgados mostram ainda que o ritmo de expansão do ensino superior brasileiro diminuiu. Depois de alcançar um pico de crescimento de 10% a mais de vagas criadas entre 2007 e 2008, esse índice vem caindo consistentemente, alcançando um avanço de apenas 3,7% entre 2012 e 2013. No mesmo período, o número de estudantes que iniciaram um curso em instituições públicas de ensino caiu quase 3%, e subiu apenas 0,5% no ensino privado.

A queda no número de ingressantes aconteceu em maior proporção nas instituições públicas. O ministro da Educação, Henrique Paim, atribuiu o fato aos cursos a distância. Da mesma forma, essa seria a explicação para parte da redução no número de formandos entre 2012 e 2013, concentrada nos cursos a distância e nas instituições privadas. “Foram turmas específicas, criadas para uma determinada formação. Quando o curso acabou, elas não foram renovadas”, disse. Já no caso da queda nas privadas, Paim admite que são necessários mais estudos para descobrir as causas.

PNE. O censo indica o quanto o Brasil ainda precisaria crescer para alcançar as metas de inclusão determinadas pelo novo Plano Nacional de Educação. O PNE determina que, em 10 anos, a taxa de pessoas no ensino superior seja o equivalente a 50% dos jovens de 18 a 24 anos. Hoje, o porcentual é de 28,7%

Apesar do crescimento de 12 pontos desde 2003, o ritmo de inclusão deveria ser acelerado ainda mais para cobrir aumento de mais de 20 pontos até 2023.

*Colaborou Victor Vieira

Ministro Paim reconhece que recursos para educação são baixos no Brasil

Ministro diz que país tem 'perspectivas para melhorar'; recursos do PIB, royalties de petróleo e pré-sal devem financiar mudanças 

O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O ministro da Educação, Henrique Paim, reconhece que os recursos investidos pelo Brasil em educação, apesar de terem crescido, ainda são baixos, mas afirma que há boas perspectivas de melhora.

"É pouco, mas temos perspectivas de melhorar. Nós temos um PNE aprovado que define que nos próximos 10 anos temos que chegar a 10% do Produto Interno Bruto e também temos uma fonte de financiamento definida por lei onde temos 75% dos recursos dos royalties do petróleo para educação e 50% dos recursos do pré-sal para educação", afirmou.

Paim destacou, ainda que os números do estudo da OCDE demonstram que o Brasil tem evoluído bastante, saindo de um investimento de 4,8% do PIB para 6,4%. "É uma evolução grande, que já está dando resultado e inclusive é destacado no relatório", disse. "Agora, a proporção do valor por aluno em relação aos países desenvolvidos é de um terço. Porque nós demoramos muito para ter prioridade no desenvolvimento educação. Esse esforço está sendo feito nos últimos 10 anos", afirmou o ministro.

De acordo com dados do MEC, o valor por aluno investido no país cresceu 181% nos últimos 10 anos. Nas séries iniciais, 198,6%, do 5º ao 9º ano, 173,9% e no ensino médio, 197%.

Um comentário:

  1. Fernando Abreu , via Facebook:”Todos os índices neste governo tiveram queda.... menos a inflação, que só sobe... fora Dilma! Xô PT!”

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